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Transporte coletivo

Tarifa a R$ 1,99 é impossível, dizem empresas

Loriane Comeli - Redação Bonde
07 jul 2009 às 23:31

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Diretor da TCGL, Gildalmo Mendonça, admite que empresa teve lucro entre 2006 e 2008, mas afirma que este ano o saldo é negativo - Folha de Londrina/Arquivo
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Um dos diretores do Sindicado das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Londrina (Metrolon), Gildalmo Mendonça, afirmou que a Francovig e a Grande Londrina (TCGL) aguardam decisão do prefeito Barbosa Neto (PDT) acerca de eventual reajuste de tarifa. "A tarifa de R$ 1,99 é absurdamente impossível", declarou Mendonça ao Bonde nesta terça-feira (7), referindo-se à sugestão da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apurou irregularidades na planilha do transporte coletivo em Londrina.

Gildalmo Mendonça, que também é diretor da TCGL, confirmou ter solicitado, após a conclusão dos trabalhos da CEI, reajuste da tarifa à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). "Nós pedimos a recomposição tarifária; mas já fazemos isso desde 2006 porque há 3 anos estamos sem reajuste", declarou. "Neste período, passamos por três data-bases dos nossos funcionários e concedemos aumento salarial". Segundo ele, a folha de pagamento corresponde a 52% do preço da tarifa.

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Gildalmo também confirmou que nesta segunda-feira (6) reuniu-se com o prefeito Barbosa, acompanhado do diretor da Francovig, Francisco Henrique Francovig, e do presidente da TCGL, Paulo Bongiovani. "O prefeito pediu que aguardássemos porque a CMTU ainda não havia analisado o trabalho da CEI", disse Gildamo.

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Questionado sobre como foi possível, com tarifa tão defasada, evitar a falência da empresa e ainda, segundo a CEI, acumular lucros entre 2006 e 2008, Gildalmo Mendonça não negou o superávit no balanço. "É proibido ter lucro? Não é pecado. Todo mundo trabalha pensando no lucro", afirmou sem, no entanto, confirmar os valores apontados pelo presidente a CEI, Joel Garcia (PDT), que foram de R$ 700 mil em 2006; de R$ 1,4 milhão em 2007 e de R$ 2,5 milhões em 2008.

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Mas Mendonça enfatizou que entre janeiro e junho deste ano a TCGL teve resultado contábil negativo. "Acumulamos R$ 126 mil negativo, mas isso, ninguém fala", afirmou. Ainda segundo ele, neste período, houve adaptações no sistema, como a implantação do bilhete eletrônico, que permitiram a manutenção da tarifa sem prejuízo.


Divergências


O diretor do Metrolon disse que não podia comentar detalhes da planilha porque ainda não recebeu o documento final da CEI. Adiantou, no entanto, ter considerado "as divergências monstruosas". Segundo ele, é possível diferença de preço em alguns itens. "A TCGL, por exemplo, compra carroceria de ônibus por um preço menor que o da planilha, mas a Francovig não consegue este preço", exemplificou. "Não esperávamos divergências tão monstruosas".

Mendonça apresentou um ponto de concordância com a CEI: "Acho que a CMTU deveria fazer cotação dos produtos e não colocar o valor das notas fiscais; se conseguíssemos comprar pelo mesmo preço ou valor menor, melhor para nós (empresas); caso contrário, arcaríamos com a diferença", afirmou. "Sem a cotação, não precisamos nos preocupar em comprar pelo menor preço".


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