O descarrilamento de um trem no centro de Buenos Aires na manhã deste sábado (19) deixou pelo menos 49 feridos, segundo as primeiras estimativas oficiais. O choque aconteceu na Estação Once, mesmo local onde foi registrado o terceiro pior acidente da Argentina: em fevereiro de 2012, um trem entrou em alta velocidade na estação e bateu no para-choque da plataforma, matando 55 pessoas e ferindo mais de 700.
A tragédia do ano passado reabriu o debate sobre as privatizações do sistema ferroviário, feitas na década de 1990 pelo então presidente Carlos Menem. As empresas que operam linhas de passageiros não são obrigadas a investir em infraestrutura – os trens, os trilhos e a sinalização pertencem ao Estado, que também concede subsídios para manter os preços baixos. Mas os sucessivos governos também foram acusados de não rescindir os contratos com empresas que, apesar das denúncias, não se preocupam com a manutenção.
O governo da presidenta Cristina Kirchner (que atualmente recupera-se de uma cirurgia para a retirada de um coágulo do cérebro) rescindiu o contrato com a empresa Trenes de Buenos Aires (TBA), que controlava a linha que passa pela Estação Once, uma das mais concorridas da capital argentina. Em junho passado, o governo rescindiu contratos de concessão de ferrovias administradas por duas empresas privadas de transporte de carga, entre elas, a brasileira América Latina Logística (ALL).