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Estudo/Ipea

Baixo nível da educação brasileira limita crescimento

Heloísa Prado - Bonde
14 ago 2006 às 19:49

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O Brasil fez muito nas últimas décadas em matéria de educação, mas hoje há relativo consenso de que o baixo nível educacional da nossa força de trabalho é um dos fatores limitativos do crescimento. A constatação está no documento Brasil, o estado de uma nação, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o texto, a população brasileira é formada por pessoas que "podem ser tuteladas e podem até atingir bons níveis de produtividade". O estudo ressalta que essas pessoas têm baixa capacidade para realizar tarefas mais complexas e tomar decisões que exigem capacidade analítica mais sofisticada, o que impede o desenvolvimento.

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Embora reconheça que há mais ofertas, o Ipea diz que falta qualidade no ensino. Entre 1970 e 2000, o número de matrículas saiu de 1,119 milhão para 3,680 milhões no ensino médio, e de 425 mil para 2,694 milhões no ensino superior. Entretanto, o texto qualifica de "lastimável" a educação básica no país, ao compará-la à de outros lugares. "A pior notícia das comparações internacionais é a constatação de que a capacidade de compreensão de leitura dos alunos das nossas elites é inferior ao nível obtido pelos alunos de classes mais baixas da Europa".

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Apesar do aumento do número de vagas, especialmente no ensino fundamental, os pesquisadores do Ipea consideram má a qualidade do ensino, e constatam que não há estímulo para a permanência do aluno na escola. Embora o ensino fundamental tenha se universalizado, ou seja, todos entram na escola, somente 84% concluem a quarta série e 57% terminam o ensino fundamental.

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No nível médio, o índice de conclusão é de apenas 37%, sendo que, entre indivíduos da mesma idade, que entram ao mesmo tempo na escola, apenas 28% saem com diploma. O estudo relaciona a evasão à condição social do aluno. Na categoria dos 20% mais pobres do país, 95,2% dos alunos entre 7 e 14 anos estão na escola. Quando chegam à idade entre 15 e 17 anos, a proporção cai para 73,6%. No grupo entre 18 e 24 anos, apenas 28% permanecem estudando.


Entre os 20% mais ricos, 99,3% das crianças entre 7 e 14 anos estão na escola. Dos 15 aos 17 anos a parcela é de 94,6% e dos 18 aos 24 anos, 51,6%.

"A ordem do dia é investir incansavelmente em qualidade, passando pela melhor qualificação dos professores, pela melhoria da infra-estrutura de ensino e pela motivação de seus profissionais", conclui o texto do Ipea.


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