A camareira que acusou o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn de violência sexual abriu um processo nesta terça-feira (5) por calúnia e difamação contra o jornal The New York Post e contra cinco repórteres por causa de matérias recentes publicadas pelo diário que afirmam que ela trabalhou como prostituta.
O processo foi aberto no Supremo Tribunal Estadual no Bronx, onde a mulher vive. O documento apresenta apenas suas iniciais. Segundo a petição, o jornal e seus repórteres "perfidamente, maliciosamente, e com descaso pela verdade afirmaram como um fato que a autora da ação é uma ''prostituta'', ''garota de programa'' e/ou ''rotineiramente troca sexo por dinheiro com hóspedes masculinos'' do Sofitel localizado em Manhattan". "Todas essas afirmações são falsas e submeteram a autora da ação à humilhação, ao desprezo e à zombaria em todo o mundo", diz o processo.
Um porta-voz do Post disse que "nós apoiamos nossa reportagem". O jornal é uma divisão da News Corp., que também é proprietária do Wall Street Journal e da Dow Jones Newswires.
Leia mais:
Itália debate mudanças na lei e prevê mais taxa após aumento de cidadanias
O que 'Ainda Estou Aqui' e Fernanda Torres precisam fazer para concorrer ao Oscar
Sem acordo, tratado global contra a poluição plástica é adiado para 2025
Biden concede perdão a filho após dizer que respeitaria resultado de julgamento
Promotores e policiais disseram que investigaram se a mulher havia se envolvido com prostituição no período trabalhado no Sofitel e não descobriram qualquer evidência sobre este fato. Os investigadores disseram que há evidências forenses de que ela manteve relação sexual com Strauss-Kahn. Os advogados do ex-chefe do FMI afirmaram que não houve pagamento e que a relação sexual foi consensual. Os promotores se negaram a falar sobre o processo e os advogados da camareira não responderam aos pedidos de comentário.
As matérias em questão, publicadas entre 2 de julho e 4 de julho, foram veiculadas nos dias nos quais os promotores divulgaram informações de que a mulher, uma imigrante da Guiné de 32 anos, havia prestado falsos testemunhos a eles a aos jurados. Essas informações incluíram sua localização após o suposto ataque, as experiências que ela teve em seu país antes de ir para os Estados Unidos e outros assuntos.
Kenneth Thompson, advogado da camareira, disse que, independentemente de seus erros, desde o início "ela descreveu o ataque sexual várias vezes" e com consistência. Thompson não respondeu aos pedidos de comentário. Strauss-Kahn, de 62 anos, que se declarou inocente das acusações, foi liberado da prisão domiciliar por causa das revelações sobre a credibilidade de sua acusadora. As informações são da Dow Jones.