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A partir de hoje

CEF passa a controlar sistema lotérico do país

Heloísa Prado - Bonde
14 ago 2006 às 19:16

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Começou a funcionar hoje (14), em todo o país, o novo sistema lotérico da Caixa Econômica Federal (CEF). A troca de sistema começou em fevereiro deste ano e, desde então, cerca de 21 mil máquinas foram instaladas. Com a implementação do modelo lotérico, a empresa estatal passa a ter o controle do negócio no país.

O novo sistema substitui o que era usado pela multinacional Gtech, que desde 1997 operava os serviços de informática nas cerca de nove mil casas lotéricas associadas à CEF.

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Com o envolvimento em crimes como improbidade administrativa, corrupção, tráfico de influência, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o procedimento licitatório, a Gtech foi levada à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. No relatório, a comissão pediu o indiciamento dos donos da multinacional.

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De acordo com Tribunal de Contas da União (TCU), entre 97 e 2003, a Caixa teve um prejuízo de R$ 433 milhões no contrato com a Gtech. O banco estatal recebeu do TCU a recomendação de rescindir o contrato com a Gtech, dividindo a prestação de serviços. Mas a multinacional conseguia na Justiça impedir a alteração do acordo.

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No início de 2003, dependente do sistema de loterias da Gtech e correndo o risco de ter esse serviço paralisado, a Caixa renovou o contrato com a empresa norte-americana por 25 meses. Em depoimento à CPI dos Bingos, o procurador-geral da República, Lucas Furtado, disse que a Caixa tornou-se "refém" da Gtech.


"Apesar de a Caixa fazer de tudo para se livrar dessa multinacional, decisões judiciais sempre garantiram à Gtech a continuidade de um trabalho bastante lucrativo", disse Furtado na época. Segundo o procurador, de 1997 até 2003, antes da renovação do contrato, a CEF pagou à Gtech R$ 3 bilhões.

Em outros países, a Gtech também esteve envolvida em denúncias de irregularidades com sistemas de loteria. Nos Estados Unidos, um representante de vendas da empresa foi preso em 1996 em Nova Jersey por tentativa de suborno e fraude em contratos com a loteria local. Na Inglaterra, a Comissão Nacional de Loteria, que regula o setor, fez uma auditoria na qual descobriu que um programa de computador desenvolvido pela Gtech alterava o resultado final dos jogos.


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