Um terço das crises fatais de asma acontece em crianças com asma leve, fato ignorado por cerca de 50% dos pais no mundo todo. Um estudo feito pelo GAPP (Pesquisa Global sobre Asma entre Médicos e Pacientes realizada na Austrália) mostra as falhas na comunicação entre os médicos que tratam crianças com asma e seus pais.
Um dos objetivos da pesquisa foi identificar as limitações dos tratamentos disponíveis atualmente para a enfermidade, cuja prevalência tem crescido aproximadamente 50% a cada década e o custo econômico suplanta o custo combinado da tuberculose e HIV/AIDS. Nos pacientes infantis a freqüência da doença dobrou nos últimos 20 anos.
A falta de adesão pode ser perigosa e exercer grande influência nos resultados clínicos. Em 75% das crianças que não seguem o tratamento adequadamente observou-se o aumento de sintomas, em 66%; limitação de atividade física, em 48%; despertar noturno, em 46%; e maior freqüência de crises da asma, em 40%.
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As conseqüências da não-adesão ao tratamento aumentam também os custos provocados pela asma, visto que 38% dos pais relataram aumento nas consultas médicas e 14% registraram mais hospitalizações ou consultas no pronto-socorro.
Falha na comunicação
A falta de conhecimento dos pais sobre os efeitos colaterais pode ser atribuída à falha de comunicação entre os médicos e eles. Mais de metade dos pais diz que nunca, ou raramente, conversam com os médicos sobre o assunto. Já a maioria dos médidos garante que às vezes discutem efeitos colaterais como, por exemplo, rouquidão ou dor de garganta, ou até os efeitos colaterais de longo prazo, como catarata ou glaucoma, enfraquecimento dos ossos ou alteração da densidade óssea e ganho de peso.
Tratamentos
Apesar das diferenças de opiniões entre médicos e pais com relação ao tratamento da asma, eles concordam que a medicação disponível atualmente está aquém do ideal. 92% dos profissionais acreditam que os corticosteróides inalados (CI) são os mais indicados. Entretanto, 8% não consideram a prescrição dos CI como tratamento de primeira linha para o paciente com asma leve persistente. Segundo as diretrizes da Iniciativa Global em Asma (GINA), a monoterapia com dose baixa de corticosteróide inalado constitui o tratamento de primeira linha recomendado na criança com asma leve persistente.
Sobre a asma
A asma é uma doença pulmonar crônica, potencialmente fatal, causada pela inflamação crônica das vias aéreas, e resulta na obstrução das vias aéreas em resposta a certos estímulos. Caracteriza-se por uma variedade de sintomas, incluindo chiado, aperto no peito, falta de ar e tosse. Segundo a Iniciativa Global para a Asma (GINA), mais de 300 milhões de pessoas no mundo têm a doença. As mortes por asma no mundo totalizam mais de 180 mil por ano.
No Brasil, a enfermidade atinge 11% da população, sendo que aproximadamente 5 milhões são crianças.