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Em Brasília

Força-tarefa combate más condições de moradia de índios

Redação - Folha de Londrina
16 jul 2003 às 18:18

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A blitz que seria realizada nesta quarta-feira para inspecionar as condições de acomodação de índios em Brasília ficou prejudicada porque os donos das hospedarias tomaram conhecimento da operação e fecharam as portas dos estabelecimentos.

A única pensão vistoriada não tinha alvará de funcionamento. Os alimentos estavam mal armazenados e as condições de higiene eram precárias. Uma nova operação será agendada, mas dessa vez em sigilo.

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Comida estragada, acomodações desconfortáveis, falta de higiene e insegurança fazem parte da rotina dos índios que precisam se deslocar a Brasília para estudar, participar de congressos ou tratar dos assuntos de interesse de suas comunidades.

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A falta de respeito aos mais elementares direitos de cidadania levou a Câmara Distrital do DF a criar uma força-tarefa para vistoriar as condições de funcionamento dos pensionatos da avenida W-3 Sul, setor preferido dos índios pela proximidade dos órgãos públicos e por oferecer hospedagem mais barata.

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Os maus tratos sofridos por hóspedes indígenas são notórios. Na semana passada, um índio morreu asfixiado por um incêndio no quarto em que dormia no subsolo da hospedaria, na Quadra 703 Sul, há três semanas. A situação já havia levado a Fundação Nacional do Índio (Funai) a mudar as autorizações de hospedagem para a cidade satélite de Sobradinho, a 25 quilômetros do Plano Piloto.


Embora sejam considerados cidadãos tutelados perante a lei, os índios reagiram à determinação e continuaram se hospedando na W-3 Sul.

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A força tarefa é encabeçada pela deputada Érika Kokay (PT), presidente da Comissão dos Direito Humanos da Câmara Distrital. O Presidente da Funai, Eduardo Aguiar, participou da vistoria. Os índios vinham pressionando Aguiar a encontrar um local de hospedagem mais adequado.


O presidente da Funai explicou que foi construído em Sobradinho o Centro de Convívio Orlando Villas Boas, justamente para abrigar os índios que visitam a capital do país. Apesar das instalações serem adequadas, os índios se negam a ficar no local por causa da distância do Plano Piloto.


Depois do incêndio que provocou a morte do índio, a Funai tem se recusado a pagar hospedagens nas pensões da Asa Sul. Para o líder dos Pataxó, Zezito Ferreira, a Funai não está dando o apoio necessário aos índios. "O centro localizado em Sobradinho é muito longe, o que dificulta a vida do índio que precisa vir ao centro", protestou Zezito.

A deputada Érika Kokay destacou a importância da vistoria para verificar condições dos locais em que os índios se instalam. "Pelo que nós verificamos na pensão incendiada, as condições são degradantes", afirmou. Érica denunciou que os índios hospedados nas pensões não recebem água, alimentação. Há superlotação e geralmetne os locais são clandestinos. Por outro lado, destacou a deputada, o alojamento de Sobradinho é distante do centro da cidade e é preciso buscar uma forma de superação do problema.


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