A Rede Globo transmitiu, no início da madrugada deste domingo, um vídeo gravado por membros da organização criminosa Primeiro comando da Capital (PCC), por exigência dos seqüestradores de dois funcionários da empresa.
Em nota divulgada no início da tarde, a TV Globo justificou que decidiu atender exigências de criminosos na tentativa de preservar a vida e libertar o repórter Guilherme Portanova e o auxiliar técnico Alexandre Coelho Calado, seqüestrados no sábado de manhã próximo à sede da emissora, na zona sul da cidade.
Calado foi libertado no final da noite de ontem em frente à sede da emissora, com a exigência de que a emissora transmitisse um vídeo em que os criminosos queixam-se das condições nos presídios. No início da madrugada, a emissora atendeu a exigência.
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Conforme explicou em nota da emissora, "a idéia inicial era tomar uma decisão em conjunto com as entidades de classe do setor. Mas como tudo se deu na noite de sábado, foi impossível esperar até que o setor se pronunciasse".
A decisão, segundo o comunicado, foi influenciada pela onda de violência atribuída ao PCC, organização que atua dentro dos presídios de São Paulo. "Diante do que vem acontecendo em São Paulo nos últimos meses, não havia dúvida sobre até onde as ações dos bandidos podem chegar: basta dizer que os mortos já se contam às centenas. Inexistindo dúvida sobre o risco real que o repórter Guilherme Portanova sofre, e não havendo tempo para uma decisão em conjunto com os seus pares, a TV Globo mostrou o conteúdo do DVD à polícia e decidiu exibir o vídeo no Estado de São Paulo". Diante das providências adotadas, a TV Globo afirmou que espera que o repórter seja liberado imediatamente.
Antes de decidir exibir o vídeo, segundo a nota, foram realizadas consultas em empresas de gestão internacional. Diz a nota que "tão logo tomou conhecimento das exigências dos seqüestradores", consultou o Internacional News Safety Institute (INSI), com sede em Bruxelas, e recebeu o aval dado pela coordenadora do INSI para a América Latina, Luiza Rangel, que considerou correto ceder às exigências, pontuando que caso semelhante ocorreu recentemente na Índia e no Oriente Médio.
Sob a orientação de Luiza Rangel, prossegue o comunicado, a TV Globo entrou em contato com Tim Crocket, chefe do escritório de Atlanta do The AKE Group, uma empresa especializada em gestão de riscos e segurança que presta serviços à INSI e tem escritórios nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Pasquitão e Iraque. O executivo compartilhou a opinião de Rangel. Tom O’Neil, consultor do escritório no Líbano, também foi consultado e também teria concordado com a transmissão.
Agência Brasil