Um terceiro reator da usina nuclear de Fukushima, no Japão, sofreu uma pane no seu sistema de resfriamento nesta segunda-feira (14), depois que problemas semelhantes causaram explosões em outros dois reatores, informou o operador da instalação.
Um porta-voz da Tokyo Electric Power disse que os técnicos estão adotando medidas como injetar água do mar no reator número 2 da usina para evitar o superaquecimento da instalação.
Mais cedo, uma segunda explosão atingiu o reator número 3 de Fukushima, dois dias depois de um incidente semelhante envolvendo o reator número 1.
Leia mais:
Itália debate mudanças na lei e prevê mais taxa após aumento de cidadanias
O que 'Ainda Estou Aqui' e Fernanda Torres precisam fazer para concorrer ao Oscar
Sem acordo, tratado global contra a poluição plástica é adiado para 2025
Biden concede perdão a filho após dizer que respeitaria resultado de julgamento
Segundo a agência de segurança nuclear do Japão, a explosão foi causada por um acumulo de hidrogênio. O incidente deixou onze feridos, um deles em estado grave.
Mas as autoridades afirmaram que o reator número 3 resistiu ao impacto. O núcleo da estrutura teria permanecido intacto e os níveis de radiação, abaixo dos limites considerados legalmente perigosos.
Ainda assim, dezenas de milhares de pessoas foram evacuadas das proximidades da instalação e 22 estão sob tratamento por exposição à radiação.
O governo informou que o sistema de bombeamento de água do mar para os reatores permanece em operação apesar da última explosão.
No fim de semana, técnicos trabalharam para resfriar os três reatores da usina Fukushima 1, que tiveram problemas em seu sistema de resfriamento após o terremoto e o tsunami na sexta-feira.
Destruição
O porta-voz do governo, Yukio Edano, afirmou que há baixa possibilidade de contaminação por radiação por conta da última explosão.
Especialistas creem que é improvável uma repetição do desastre nuclear das proporções de Chernobyl, em 1986, porque os reatores atuais são construídos com padrões mais elevados e sob medidas de segurança mais rigorosas.
Devastação
Uma gigantesca operação foi posta em marcha para resgatar as centenas de mortos e dezenas de desaparecidos no desastre natural.
A repórter da BBC Rachel Harvey, que está na cidade portuária de Minami Sanriku, disse que as águas avançaram cerca de 2 km terra adentro, devastando a paisagem com destroços.
A repórter disse que o cenário é de extrema devastação e que é improvável que haja muitos sobreviventes.
Até agora foram confirmados 1.597 mortos, mas o número final deve ser muito maior.
A agência de notícia Kyodo News afirmou que foram encontrados cerca de 2 mil corpos na região administrativa de Miyagi nesta segunda-feira, mas os números não foram confirmados oficialmente.
Em Sendai, capital de Miyagi, a 300 km de Tóquio, as equipes de resgate também estão encontrando cenas de devastação.
Réplicas do terremoto de sexta-feira estão sendo registradas na capital japonesa.
Crise
Mais cedo, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou que o país passará a enfrentar cortes no fornecimento de energia. Depois, o governo decidiu adiar os cortes até ficar claro qual será a economia de energia nas residências.
As autoridades estão aconselhando os cidadãos a não ir para o trabalho nem levar seus filhos à escola, para evitar sobrecarregar a debilitada capacidade do sistema de transporte público.
O premiê disse que o desastre mergulha o país "na crise mais grave desde a Segunda Guerra Mundial".
Estimativas preliminares elevam os custos de recuperação da tragédia em dezenas de bilhões de dólares - um forte golpe para o país, em um momento em que a economia mundial dá sinais de retomada.
O governo afirmou que injetará 15 trilhões de ienes na economia japonesa (mais de US$ 180 bilhões) para dar um sinal positivo para o mercado financeiro, que abriu em queda nesta segunda-feira.