Um site em que os internautas podem se conectar aleatoriamente com outras pessoas através de suas webcams ganha milhares de adeptos ao redor do mundo. Em horários de pico, ele chega a reunir mais de 35 mil usuários.
Nesse novo serviço chamado Chatroulette, que foi criado em novembro do ano passado, o usuário clica no botão "Play" e imediatamente se depara com um completo estranho na tela de seu computador.
Se o internauta não gostar do interlocutor, basta clicar em "Next" para trocar aleatoriamente de parceiro virtual. O objetivo do site já está implícito em seu nome. Chatroulette seria algo como roleta de conversas virtuais.
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Diante de estranhos, os internautas estão criando os mais variados usos para o site. Relatos dão conta de que um rapaz da Suécia estaria desenhando rapidamente as pessoas com quem se depara no portal.
Um outro usuário estaria compondo músicas a partir de temas sugeridos pelos estranhos que encontra no Chatroulette. Um americano teria o hábito de tentar prever o futuro das pessoas lendo suas mãos.
Como era de se esperar, há também os que preferem usos pornográficos ou agressivos para o serviço.
Como não há controle sobre quem usa o site (não é necessário qualquer tipo de cadastro), nem sobre o que as pessoas fazem durante os chats, o Chatroulette é visto por muitos como um campo perfeito para pedófilos e criminosos virtuais.
Experiência "fantástica"
Conversando com um repórter da BBC Brasil pelo Chatroulette, um chinês de 22 anos se identificou como Dan e contou que descobriu o site há duas semanas. Desde então, o frequenta diariamente para fazer amizades.
Ele admite, porém, que o máximo que conseguiu até agora foram amigos "momentâneos", já que não pegou o contato de ninguém para poder retomar a conversa depois que o botão "Next" foi apertado.
Tom, um engenheiro americano, havia acabado de conhecer o Chatroulette quando conversou com a BBC Brasil.
"Por enquanto não estou gostando muito não. Você é a primeira pessoa com quem converso de verdade. Talvez por ser um homem mais velho, tenho 34 anos, a maioria dos usuários aperta o "Next" em menos de dois segundos quando se depara comigo", relatou.
O repórter Sam Anderson da New York Magazine estimou que "a idade média do Chatroulette parece girar em torno dos 20 anos e os homens superam as mulheres provavelmente numa proporção de 20 contra um".
A americana Jane, uma estudante de 16 anos, foi a única mulher com quem a BBC Brasil conseguiu conversar pelo Chatoroulette.
Ela disse que entrou pela primeira vez no serviço por indicação de uma amiga e acabou fascinada pela experiência.
"É fantástico conversar com gente desconhecida de todo canto do mundo", disse. Segundo a adolescente, seus pais não sabem que ela utiliza esse tipo de serviço.
"Se soubessem que um em cada dez caras que aparecem na minha frente estão pelados se masturbando, não gostariam nada", admite.