Representantes da comunidade árabe em Foz do Iguaçu, a maior do Estado e a segunda do País, lamentaram ontem as ações criminosas ocorridas nos EUA e condenaram a imprensa mundial, atribuindo a ela a responsabilidade pela "campanha antimuçulmana". Durante as orações realizadas ontem na Mesquita Omar Ibn Khatab, dezenas de árabes e descendentes participaram da tradicional oração de sexta-feira, dia sagrado dos muçulmanos.
O tema principal do sermão, proferido pelo sheik Taleb Jomaa, foi a paz mundial. "Sempre oramos pedindo o fim dos conflitos entre judeus e palestinos. Agora lamentamos o ocorrido nos Estados Unidos", comentou o líder religioso da comunidade composta por cerca de 11 mil árabes, entre moradores de Foz e de Ciudad del Este, no Paraguai.
Jomaa também foi duro nas críticas à mídia mundial, de onde estariam proliferando informações sobre árabes em várias partes do planeta, tidos como possíveis envolvidos nos atentados. Entre eles o prefeito de Chuí (RS), Mohamad Kassem Jomaa, e o egípcio preso no Uruguai desde 1999, Said Mohamed Mokhles. Ambos são acusados de participar do grupo de Bin Laden.
"Condenamos todo e qualquer ato terrorista, assim como condenamos com veemência esta campanha difamatória. Esperamos que a imprensa seja justa e imparcial diante dos fatos", disse o sheik de origem libanesa, lembrando ainda das retaliações sofridas pelos árabes que vivem nos EUA.
Os representantes da comunidade também disseram decepcionados com a declaração que "a vigilância na fronteira deve ser redobrada", proferida pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Lafer. Para o presidente do Centro Cultural Beneficente Islâmico, Ali Said Rahal, está havendo uma "pré-condenação" dos muçulmanos, tanto da tríplice fronteira, quanto de outros pontos do mundo (estima-se que 1,2 bilhão das população mundial tenha origem árabe).
"Qualquer informação deve ser analisada com cuidado neste momento. Querem dizer que a nossa região corre riscos de terrorismo porque vivemos aqui e isso não é verdade", lamentou Rahal, que mora no Brasil há 38 anos.
O empresário Kamal Osman também condenou as "notícias deturpadas" sobre a comunidade de Foz, que estariam sendo divulgadas na imprensa nacional. "Levamos uma vida para construir nossos nomes. Agora, qualquer informação destrói a imagem da cidade", comentou Osman, idealizador de uma campanha lançada poucas semanas antes do atentado ocorrido nos EUA. Sob o patrocínio de sua loja, vários outdoors foram espalhados pela cidade com a palavra "Paz" em português, árabe ("shalom") e judaico ("salam"), pedindo o fim dos conflitos no Oriente Médio.
O tema principal do sermão, proferido pelo sheik Taleb Jomaa, foi a paz mundial. "Sempre oramos pedindo o fim dos conflitos entre judeus e palestinos. Agora lamentamos o ocorrido nos Estados Unidos", comentou o líder religioso da comunidade composta por cerca de 11 mil árabes, entre moradores de Foz e de Ciudad del Este, no Paraguai.
Jomaa também foi duro nas críticas à mídia mundial, de onde estariam proliferando informações sobre árabes em várias partes do planeta, tidos como possíveis envolvidos nos atentados. Entre eles o prefeito de Chuí (RS), Mohamad Kassem Jomaa, e o egípcio preso no Uruguai desde 1999, Said Mohamed Mokhles. Ambos são acusados de participar do grupo de Bin Laden.
"Condenamos todo e qualquer ato terrorista, assim como condenamos com veemência esta campanha difamatória. Esperamos que a imprensa seja justa e imparcial diante dos fatos", disse o sheik de origem libanesa, lembrando ainda das retaliações sofridas pelos árabes que vivem nos EUA.
Os representantes da comunidade também disseram decepcionados com a declaração que "a vigilância na fronteira deve ser redobrada", proferida pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Lafer. Para o presidente do Centro Cultural Beneficente Islâmico, Ali Said Rahal, está havendo uma "pré-condenação" dos muçulmanos, tanto da tríplice fronteira, quanto de outros pontos do mundo (estima-se que 1,2 bilhão das população mundial tenha origem árabe).
"Qualquer informação deve ser analisada com cuidado neste momento. Querem dizer que a nossa região corre riscos de terrorismo porque vivemos aqui e isso não é verdade", lamentou Rahal, que mora no Brasil há 38 anos.
O empresário Kamal Osman também condenou as "notícias deturpadas" sobre a comunidade de Foz, que estariam sendo divulgadas na imprensa nacional. "Levamos uma vida para construir nossos nomes. Agora, qualquer informação destrói a imagem da cidade", comentou Osman, idealizador de uma campanha lançada poucas semanas antes do atentado ocorrido nos EUA. Sob o patrocínio de sua loja, vários outdoors foram espalhados pela cidade com a palavra "Paz" em português, árabe ("shalom") e judaico ("salam"), pedindo o fim dos conflitos no Oriente Médio.