Um ano após a ocupação irregular 20 mil metros quadrados de bosque na Vila Audi/União e na Ilha do Mel, no bairro Cajuru, a Prefeitura de Curitiba descobriu que a região estava sendo desmatada. Nesta quinta-feira, quando equipes do município vistoriavam o local para as obras de contenção de enchentes, foram flagrados seis pessoas que derrubavam pés de aroeira e branquilho. Por causa da derrubada ilegal de 50 árvores, fiscais do Meio Ambiente denunciaram o caso à Polícia Civil, que abriu inquérito para punir as pessoas por crime ambiental.
"A quantidade de árvores cortadas é muito grande. Esta ação que estamos vendo aqui caracteriza crime ambiental porque trata-se de uma área de preservação ambiental, como vegetação nativa", disse o secretário municipal do Meio Ambiente, Ibson Campos. De acordo com o secretário, a prefeitura vai formalizar denúncia no Ministério Público contra essas pessoas.
Além disso, o superintendente da Delegacia do Meio Ambiente, Celso Gomes Ribeiro, convocou esses moradores para depor. Foram intimadas dez famílias para comparecer na delegacia nos próximos dias 5 e 6 de julho. "Vamos preparar um relatório e abrir inquérito para apurar os responsáveis por este crime ambiental", complementou o investigador da delegacia, José César Bittencourt.
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O investigador informou que o flagrante foi caracterizado devido ao estado das árvores derrubadas e o material apreendido no local. "Ninguém foi preso em flagrante, mas apreendemos facões e outros materiais de corte que foram abandonados no local", destacou.
Porém, o processo policial e a denúncia da prefeitura são questionadas pelo coordenador da Central de Movimento Populares, Márcio Sales. "Não adianta denunciar as pessoas sem que antes se fizesse um trabalho de educação ambiental", criticou. "Por que o poder público não pediu ajuda dos ambientalistas para ensinar essas pessoas a preservar?", alfinetou.
Para o coordenador da entidade, o correto seria que a prefeitura educasse os invasores, ao mesmo tempo que realize um plano de relocação dos moradores de áreas irregulares. Como o local fica perto das cavas, muitas casas estão sendo construídas em cima de aterros feitos com resto de construção. "Mas a Cohab (Companhia de Habitação de Curitiba) não tem um programa de moradia para os pobres, já que os financiamentos são para quem recebe acima de três salários mínimos", disse. A prórpia prefeitura admite que não existe uma solução de curto prazo para relocar esses moradores. Segundo levantamento aerofotométrico da prefeitura, moram na região das cavas do Iguaçu 2,8 mil famílias.