Quem olha as bonitas flores deste ano em praças, bosques ou nos quintais de residências não imagina que o frio rigoroso deste ano foi fundamental para que a paisagem tivesse um toque especial. Muitas espécies de plantas, como a azaléia e o cipó de São João, necessitam de muitas horas de frio durante o ano para florirem de forma mais intensa. "É simples essa relação. Este ano temos flores mais bonitas porque tivemos mais frio", explica a engenheira agrônoma Érica Mielke, que trabalha na Prefeitura Municipal de Curitiba.
O frio é o único fator externo que pode influenciar no desenvolvimento das flores. Outros exemplos de plantas que estão mais bonitas este ano por causa do frio são o amor-perfeito - que precisa de um choque térmico para ficar mais florido - e o ipê amarelo. Algumas flores, que se desenvolvem bem na Europa, nunca chegam a florescer no Brasil. É o caso da tulipa, que precisa de temperaturas abaixo de zero durante um período longo do ano. "Ela precisaria de um frio ainda mais intenso", diz Érika Mielke.
Outros fatores que contribuem para o florescimento das plantas são nutrição e solo adequado, condições favoráveis de irrigação, adubo no início da privamera (quando as temperaturas começam a subir) e poda de algumas espécies (como rosas, azaléias e hortências).
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Um levantamento feito pelo meteorologista Tarcízio Costa, do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) a pedido da reportagem da Folha mostrou que o inverno deste ano foi o mais rigoroso desde 1978. A temperatura mais baixa registrada foi em Palmas, no dia 20 de julho, quando os termômetros marcaram 6,4 graus negativos. O recorde histórico foi em 1978, quando foram registrados 6,8 graus negativos. Em Curitiba, a temperatura mínima registrada foi no dia 17 de julho, quando foram verificados 2,6 graus negativos. Desde julho de 1989, a capital paranaense não tinha dias tão frios.