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Barraqueiros tentam escapar de despejo em Matinhos

Melissa Bergonsi - Especial para a Folha
21 dez 2000 às 10:58

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Os barraqueiros de Matinhos e Caiobá, que iriam ocupar o calçadão nesta temporada, começaram a se mudar para o outro lado da rua. Eles tentam escapar do despejo que deve acontecer no sábado que vem, promovido pelo Departamento do Patrimônio da União (DPU) e Polícia Federal. Mas ao que tudo indica, a alternativa não vai funcionar.

O comerciante Vilson Martins, 61 anos, é um dos que ainda ontem estava terminando de fazer a mudança. "Isto é um absurdo. A gente vem para trabalhar e ainda vai perder o dinheiro", reclama. Martins conta que pagou R$ 17 mil pela barraca de alumínio onde venderia milho verde e bebidas na beira da praia. Além disso, investiu cerca de R$ 4.500,00 em estoque para a temporada.

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Martins não esconde sua indignação, mas garante que se a Polícia Federal chegar ele não vai oferecer resistência. O barraqueiro acredita que toda a operação seja para favorecer os grandes comerciantes da orla marítima de Matinhos e Caiobá.

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A afirmação de Martins não é contestada pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Matinhos, Marcos Zanardi. Segundo ele, a movimentação para a retirada de camelôs da beira da praia era planejada há anos. "Queremos fortalecer os comerciantes que pagam impostos", justifica. Zanardi garante que os barraqueiros provocam uma concorrência desleal no comércio durante a temporada. "Eles se amontoam no melhor ponto da praia tirando a oportunidade dos comerciantes locais lucrarem com a temporada".


Mesmo contra a instalação das barracas na beira da praia, o presidente da Associação garante que está procurando um terreno para montar mais um "camelódromo" em Caiobá. "Não queremos que eles fiquem sem trabalho. Só queremos que as coisas sejam justas".

A Prefeitura de Matinhos informou que não emitiu alvará de funcionamento para os camelôs neste ano. A gerente substituta do DPU, Elizabete da Silva, foi procurada mas pediu para um funcionário avisar que estava em reunião e que não poderia atender a imprensa.


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