A decisão do Departamento do Patrimônio da União (DPU), de retirar as 120 barracas de comerciantes instaladas nos 18 quilômetros de praias em Matinhos (Litoral do Estado), pode provocar o fechamento das estradas que dão acesso ao município no dia 30.
Essa ofensiva será uma reação da Associação dos Vendedores Ambulantes de Matinhos (Avam) à determinação do DPU, órgão vinculado ao Ministério do Planejamento que, na última sexta-feira, notificou os ambulantes e deu prazo até o dia 19 para a retirada de todas as barracas. O órgão federal alega que a área pertence à União e precisa ser liberada.
""Queremos chegar a um acordo para que isso não tome maiores proporções"", afirmou Clóvis dos Santos da Silva, tatuador e integrante da comissão provisória da Avam. A associação se reuniu anteontem com a Procuradoria Geral da República e a Prefeitura de Matinhos, mas não avançou nas negociações.
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O prefeito Francisco Carlim (PSDB) acredita que essa invasão de barracas teve motivos políticos. ""Candidatos a vereador prometeram lugares para essas pessoas e provocaram o problema. Não tenho autoridade para contestar uma determinação do DPU"", disse Carlim.
A comerciante Maria Dias Gavim, 30 anos, vende água de côco gelada, refrigerantes e salgados há seis anos. ""Neste ano nos organizamos e fizemos cursos promovidos pelo Sebrae, que nos orientou sobre atendimento e higiene e iniciamos uma padronização dos quiosques, mas esse projeto corre o risco de não ser colocado em prática.""
Maria investiu aproximadamente R$ 2,5 mil na barraca e na compra de suprimentos. ""Teve gente que comprou tudo com cheques pré-datados e não terá como pagar. Além disso, (a medida) vai desempregar pelo menos 1,5 mil pessoas"", declarou Silva.
As notificações entregues aos ambulantes foram assinadas pela gerente-substituta do DPU no Paraná, Elizabete da Silva. Ela foi procurada pela Folha durante o expediente, mas não estava no órgão.