Nas regras de disciplina das corporações militares, voltar as costas para um dos integrantes da tropa é um gesto reservado apenas para casos de expulsão. O comandante do 5º BPM de Londrina, tenente coronel Robenson Máximo Fim, enfrentou um gesto parecido na tarde de segunda-feira. Vale lembrar que o comandante não foi condenado por ter ferido o código de conduta da PM. Mas ao tentar iniciar uma palestra sobre "motivação", Máximo Fim assistiu os policiais ficarem de costas para ele. Foi um protesto pelas más condições de trabalho.
Segundo um coronel da reserva, a atitude não era vista há cerca de 50 anos no Estado. Com mais de 30 anos de carreira, o militar garante que a PM paranaense não emprega mais este tipo de prática para expulsar um policial condenado por mau comportamento. Quando era executado, o ritual previa que as divisas do policial também fossem arrancadas perante toda a tropa, que logo em seguida, lhe voltava as costas. Restava ao policial sair imediatamente do quartel. Se respondesse por crime hediondo (estupro, roubo ou homicídio), o carro da polícia judiciária (hoje Polícia Civil) aguardava do lado de fora para conduzi-lo a uma delegacia.