O que a Jordan e a Bell Labs têm em comum? Aparentemente, nada. A primeira é uma das grandes escuderias de Fórmula 1 e a segunda, o centro de pesquisa da Lucent Tecnologies, uma das maiores fabricantes de hardware e software para redes públicas e corporativas.
Há dois anos, entretanto, juntas e em silêncio as duas empresas vêm trabalhando como parceiras de um projeto que pode ajudar pilotos e mecânicos dessa categoria do automobilismo. Desde meados de 1998, a Bell Labs está desenvolvendo um sistema para eliminar ruídos que, hoje, é um dos principais problemas enfrentados pelas equipes nos vários circuitos da categoria. No Brasil, será testado no Grande Prêmio Brasil de Interlagos, que acontece neste domingo.
Mas como isso pode afetar a vida de uma pessoa comum? Segundo Vírgilo Martins, diretor de marketing corporativo e relações públicas da Lucent, a médio prazo o projeto pode melhorar a qualidade de vida de um cidadão. Por enquanto, será aplicado apenas nos carros da Jordan. "Em pouco tempo poderá auxiliar as pesquisas para diminuir o grande volume de interferências em telefonia celular", resume o executivo.
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Só para se ter uma idéia, o barulho do motor de um carro de Fórmula 1 é 10.000 vezes mais alto do que uma conversa entre algumas pessoas. O ruído que o piloto escuta quando está no volante é 20% mais alto do que o barulho feito por um helicóptero a 150 metros do chão. Isso faz com que a maior parte dos corredores consiga se comunicar com os técnicos nos boxes apenas nas curvas, durante a troca de marchas e diminuição da velocidade.
"Já conseguimos reduzir drasticamente o ruído na comunicação entre pilotos e engenheiros. Tanto que os pilotos da Jordan já conseguem se comunicar em 90% das pistas em que o torneio é disputado", resume.
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