O direito à educação de crianças, jovens e adultos pertencentes ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é garantido no Paraná por meio do projeto Escola Itinerante. A iniciativa, implantada em dezembro de 2003 pelo Conselho Estadual de Educação, é uma parceria entre governo do Estado, Secretaria da Educação e o MST. São 11 escolas, localizadas em assentamentos de nove municípios do Estado, que atendem 100% das crianças e jovens do movimento.
"O projeto trouxe esperança e objetivo de vida para essas crianças e jovens", diz a coordenadora de educação do MST no Paraná, Izabel Grein. Segundo ela, a Escola Itinerante não segue calendário oficial, pois, no caso de mudança do acampamento, toda a estrutura da escola segue junto. Atualmente, 17 mil famílias vivem nos 267 assentamentos espalhados pelo Estado. As escolas itinerantes contam com 2.338 educandos – entre crianças, jovens e adultos – e 194 educadores.
O projeto começou a ser discutido em 2003, quando integrantes do MST o apresentaram ao governo do Paraná. Teve como modelo uma experiência no Rio Grande do Sul, o primeiro estado a implantar a Escola Itinerante no país. As aulas tiveram início em fevereiro de 2004, com a implantação de cinco escolas em acampamentos dos municípios de Cascavel, Quedas do Iguaçu (duas escolas), Espigão Alto do Iguaçu e General Carneiro.
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A coordenadora de educação do MST destaca que, nesses três anos de funcionamento, o trabalho vem sendo aprimorado dia após dia e também serve de modelo para outros Estados. O funcionamento da escola é uma união de esforços do governo do Paraná com o Movimento dos Sem Terra. A Secretaria da Educação envia material didático e de estrutura, como carteiras, quadros, cadernos e livros, e o MST entra com a adequação de um local para abrigar a escola.
O Estado oferece ainda os professores, por meio de convênio com a Associação de Cooperação Agrícola dos Assentados do Paraná (Acap). O MST também faz a seleção de alguns professores do acampamento, para as aulas de 1.ª a 4.ª séries, e o governo do Estado repassa os recursos à Associação para o pagamento de seus salários.