O depoimento de um dos frentistas do posto de combustíveis de Curitiba, que depôs nesta sexta-feira, reforça a hipótese de que o estabelecimento teria sido alvo de um atentado à bomba.
Gilson de Andrade disse à polícia que, cerca de uma hora antes da explosão na noite de quarta-feira, tirou um saco de lixo que estava em cima da caixa de válvulas por onde são abastecidos os tanques e jogou por cima do muro no terreno baldio exatamente no local onde a bomba explodiu. O preço abaixo do praticado pela maioria dos estabelecimentos R$ 1,819 é que teria motivado a ameaça.
Segundo o delegado Guaracy Hoffmann, da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam), o frentista disse que não teve curiosidade em abrir o saco plástico, achando que se tratava de lixo. O volume, segundo ele, pesava em torno de 12 quilos.
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O delegado acredita que a bomba teria sido colocada no posto na noite anterior ou pela manhã antes do posto abrir. Os gerentes afirmaram que o estabelecimento não tem vigias fora do horário de funcionamento e durante o expediente não perceberam qualquer movimentação estranha.
Hoffmann descartou a participação do pedreiro Renato Essy, 34 anos, no suposto atentado. Para o delegado, ele pode ter tropeçado no embrulho onde estava a bomba ao cortar caminho para chegar em casa, distante cerca de 100 metros de onde ocorreu a explosão.
O pedreiro teve as duas pernas amputadas e e vários ferimentos no restante do corpo. Segundo boletim médico do Hospital do Trabalhador divulgado nesta sexta-feira, Essy continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave. Ele está sedado, respirando por aparelhos e ainda corre risco de morte.
O promotor Paulo Lima, da Promotoria de Investigações Criminais (PIC), que está trabalhando em conjunto com a polícia nas investigações, acompanhou a perícia do material recolhido da bomba, no Instituto de Criminalística. A ausência de vestígios significativos no local, segundo a PIC, pode indicar o uso de explosivos plásticos e não de pólvora. A bomba seria acionada por um relógio.
A PIC não descarta que o atentado possa ter envolvimento de uma organização criminosa que atua na adulteração de combustíveis, hipótese que já vinha sendo investigada pelo órgão.