A irmã Anilse Terezinha Bianchini, 58 anos, retornou ontem à carceragem da 14ª Subdivisão Policial, em Guarapuava. A religiosa está dividindo cela com outras sete mulheres. No local há quatro beliches, que já são ocupados pelas presas mais antigas e, por isso, Anilse deve passar a dormir em um colchão no chão. O Ministério Público de Guarapuava acusa Anilse de intermediar adoções irregulares, torturar crianças, coagir testemunhas e falsificar documentos. Ela já assumiu a prática de três adoções ilegais, mas nega sua participação nas demais acusações.
A freira foi presa no dia 25 de julho e no dia 27 foi transferida para o Hospital Nossa Senhora de Belém, onde permaneceu até ontem. Ela sofre de insuficiência venosa crônica, que provoca inchaço nas pernas. Com base nos laudos emitidos pelos três médicos que compõe a junta designada pela Justiça para acompanhar a religiosa, a juíza Flávia da Costa Viana Teixeira entendeu que Anilse não precisa mais de atendimento hospitalar. Ela continuará recebendo cuidados ambulatoriais na carceragem.
Entre esses cuidados está a determinação da juíza para que a freira seja liberada da cela todos os dias para fazer caminhadas espaçadas, em função do seu problema de circulação sanguínea. A juíza também determinou a um dos médicos que compõe a junta, que elabore um programa de cuidados e atividades que garantam a saúde da religiosa.
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Ao saber da negativa sobre o pedido de prisão domiciliar, o advogado de Anilse, Miguel Nicolau Júnior, entrou com um pedido de reconsideração na 1ª Vara Criminal, tentando evitar que Anilse voltasse para a carceragem. Ele alega que a carceragem da 14ª SDP não tem condições para abrigar uma sexagenária que precisa de cuidados médicos. O pedido deve ser analisado hoje pelo Ministério Público e Vara Criminal.
A juíza Flávia explica que não concedeu a prisão domiciliar pedida pelos advogados de Anilse porque a freira foi presa justamente por estar coagindo as testemunhas dos casos de adoção. "Se ela voltasse para casa, o controle da comunicação entre a religiosa e outras pessoas seria mais difícil", considera.
Sobre a colocação de equipamentos que tornem a acomodação da freira mais confortável na cadeia, como uma cama, a juíza disse que a princípio nenhum benefício foi concedido porque "todos são iguais perante a lei".