A Brasmell Industrial Exportadora, de Curitiba, ainda não se pronunciou para explicar como conseguiu embarcar quase 300 toneladas de mogno do Porto Ponta de Felix, em Antonina (litoral do Estado) sem autorização do Instituto Ambiental do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Mesmo sem apresentar documentação que comprova a origem do mogno, condição essencial para exportação, a empresa obteve liminar judicial para embarcar a madeira. O Greenpeace, entidade internacional de luta pela preservação e conservação ambiental, está investigando o caso, mas ainda não encontrou ninguém na empresa para explicar a situação.
Para o Greenpeace é inaceitável que o judiciário interfira nas leis ambientais. A entidade quer saber se isso é uma prática comum no estado. "Vamos conferir se outras empresas estão se amparando em medidas liminares para exportar a madeira", enfatizou o engenheiro florestal do Greenpeade Eduardo Quartin. Somente na última semana de dezembro, a Brasmell embarcou no navio Tarpon Santiago, ancorado no Porto Ponta de Félix, 97 metros cúbicos de mogno para exportação. O mogno é uma madeira contingenciada, isto é, em extinção e precisa de autorização específica do Ibama para ser exportada.
A liminar que garantiu o embarque da madeira foi assinada pelo juiz substituto André Luis Medeiros Jung. Na época, tanto o Ibama quanto a Associação dos Portos de Antonina e Paranaguá (APA) informaram que não poderiam interferir em decisão judicial. Há dois meses, carga com cerca de 500 metros cúbicos da madeira foi embarcada do mesmo porto também mediante liminar e sem autorização do Ibama.
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A Folha tentou novamente entrar em contato com a Brasmell, mas funcionários disseram que o presidente da empresa, Edson Mello, estava viajando sem data para retorno. E também com o juiz substituto, para ouvir a sua versão sobre as críticas do Greenpeace, mas a reportagem não obteve retorno.