Técnicos da Secretaria de Estado de Saúde, do Ministério da Saúde, Emater e prefeituras municipais intensificaram esta semana as vistorias sanitárias em regiões rurais de General Carneiro (Sul do Estado) e nas margens da represa do Capivari, em Campina Grande do Sul (Região Metropolitana de Curitiba). A preocupação é com o número crescente de casos da hantavirose - doença descoberta no Paraná em 1998 e que é causada pela urina e fezes de ratos silvestres.
De janeiro até agora, foram registrados sete casos da doença, apenas dois ainda não foram confirmados e aguardam o exame laboratorial. Duas pessoas morreram nos últimos dois meses. Desde que a doença foi descoberta, em 1998, já foram registrados 17 casos de hantavirose, com 9 mortes.
"No início não esperávamos o exame laboratorial para confirmar a morte pela doença. Por isto o número é alto. Agora só confirmamos estatisticamente a doença com o exame em mãos", avaliou Isaías Cantóia, diretor do Centro de Saúde Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde.
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O último caso confirmado na doença foi a de um arqueólogo que estava fazendo pesquisas na região do Capivari, em Campina Grande do Sul. Ele estava com 31 anos e alugou uma casa fechada. "A contaminação pode se dar pela poeira e isto deve ter acontecido ao abrir a casa e fazer a limpeza", explicou. A orientação para estes casos é que a pessoa abra as janelas e deixe a casa arejar por algum tempo. Depois jogue água no chão para evitar que se levante poeira.
Outra arqueóloga também apresentou os sintomas da doença que são semelhantes ao da gripe: febre, dor nas articulações, dificuldades respiratórias. O caso dela ainda está em fase de estudo. Os exames de sangue estão sendo realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Também está para ser confirmado um outro caso em General Carneiro, de um trabalhador de 51 anos e que vivia em área de reflorestamento. Ele morreu na última segunda-feira. "Nossa maior preocupação é com a zona rural. Os trabalhadores rurais são os mais atingidos pela doença. Principalmente os que acampam em regiões de reflorestamento", afirmou Cantóia.