O Hospital Nossa Senhora das Dores, de Tijucas do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, corre o risco de fechar por falta de recursos. O estabelecimento, que está sob intervenção judicial desde agosto de 2001, acumula R$ 12 mil em dívidas com fornecedores e não tem como repor materiais e medicamentos. A verba que entrar agora será priorizada para o pagamento dos médicos e funcionários. Só com pessoal, o hospital gasta cerca de R$ 20 mil.
A intervenção no hospital foi determinada pelo juiz de São José dos Pinhais (RM), Raul Gutmann. A ação contra os ex-administradores do hospital foi proposta pelo Ministério Público (MP) estadual por indícios de irregularidades. O processo ainda está tramitando na Justiça.
O interventor judicial, Mariano Cipolla, explica que o hospital recebe R$ 43 mil mensais para honrar suas despesas, o mesmo volume de dois anos atrás. Entre R$ 18 mil e R$ 21 mil correspondem à verba repassada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O restante é complementado pela Prefeitura de Tijucas do Sul. Segundo ele, existe um termo de parceria em que o hospital se compromete a fazer o atendimento gratuito e o município a dar ajuda financeira necessária.
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De acordo com Cipolla, há meses o repasse dos recursos ao hospital pela prefeitura vem sendo feito com atraso. A parcela correspondente ao mês de junho, que deveria ser depositada no dia 27 daquele mês, ainda não foi repassada. Só com a verba do SUS, o hospital não há como manter o hospital funcionando, alegou o interventor.
Caso tenha mesmo que suspender as atividades, os moradores de Tijucas do Sul que precisarem de atendimento médico enfrentarão sérias dificuldades, pois só encontrarão assistência a 65 quilômetros de distância. O Hospital Nossa Senhora das Dores, que atende cerca de mil pacientes por mês, é referência para cidades vizinhas.
A prefeitura admitiu que está atrasando o repasse de recursos e, assim como a grande maioria dos municípios paranaenses, queixa-se de estar com o cofre zerado. A redução no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), segundo o secretário do prefeito, Carlos Almir Camargo, agravou a situação. O FPM, informou ele, é a única arrecadação do município.
Camargo garantiu que o prefeito João Maria Claudino (PFL) está disposto a encontrar uma alternativa para que o hospital não tenha que fechar as portas. Na semana que vem, representantes da secretaria de Saúde, da administração municipal e do hospital devem se reunir para discutir o assunto.