Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Luta pela reforma agrária

Jornada do MST trata da fome e terá doação de alimentos para moradores de ocupações urbanas

Redação Bonde com assessoria
14 abr 2023 às 13:56

Compartilhar notícia

- Juliana Barbosa/MST-PR
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A 26ª Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária ocorre em todo o Brasil neste mês de abril e marca os 27 anos de impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás. No Paraná, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) inicia as mobilizações na segunda (17) e segue até quarta-feira (19), em Curitiba, com participação de mais de 500 militantes de todo o estado. 


A Jornada de abril ocorre desde 1997, em memória e justiça pelo Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, de 17 de abril de 1996. A ação violenta da Polícia Militar reprimiu uma marcha de trabalhadores Sem Terra, resultando no assassinato de 21 camponeses e na mutilação de outras 69 pessoas. Em memória ao episódio, a data marca oficialmente o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


O lema da Jornada deste ano é “Contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente”. Em todo o Brasil, as ações vão denunciar a concentração fundiária, os latifúndios improdutivos e as áreas do agronegócio que cometem crimes trabalhistas e ambientais, descumprindo a função social da terra. 

Leia mais:

Imagem de destaque
PR-445 e PR-323

Lote 3 das novas concessões terá rodovias estaduais duplicadas entre Londrina e São Paulo

Imagem de destaque
Avaliação seriada

UEM aplica provas do PAS para quase 24 mil estudantes neste domingo

Imagem de destaque
Maior felino das Américas

Itaipu celebra Dia Internacional da Onça-pintada

Imagem de destaque
Bloqueio total do tráfego

BR-376 em Sarandi será interditada neste domingo para obras do novo viaduto


No Paraná, a principal pauta de reivindicação do MST é pelo assentamento das mais de 7 mil famílias que vivem em 83 acampamentos rurais do estado. Valdemar Batista, assentado na comunidade 8 de Abril, em Jardim Alegre, e dirigente nacional do MST pelo Paraná, reforça a necessidade da efetivação do acesso à terra para as famílias acampadas: 

Publicidade


“Estaremos denunciando esse modelo de agricultura que não resolve o problema da alimentação no nosso país, que produz alimento envenenado, que produz o câncer, que destrói o meio ambiente e, além de tudo, produz o trabalho escravo. Estamos reivindicando os assentamentos para mostrar o outro lado, a outra proposta que é de alimentação limpa e saudável que não faça mal pra ninguém”.  


A mobilização pela democratização do acesso à terra no campo ocorre em conjunto com a luta por moradia digna na cidade, por meio da articulação Despejo Zero. Segundo levantamento do Plano Estadual de Habitação, feito pelo próprio governo do estado e divulgado neste ano, cerca de 511 mil famílias paranaenses não têm lugar adequado para morar. O número de famílias em favelas passou de 90 mil para 114 mil entre 2019 e 2022.

Publicidade


NA terça-feira (18), famílias de ocupações de Curitiba e Região Metropolitana e de acampamentos do MST farão uma marcha e uma audiência de negociação em conjunto. A caminhada terá início na Praça 19 de Dezembro, às 13h, até a Praça Nossa Senhora de Salette, no Centro Cívico. 


Às 14h está marcada uma audiência de negociação, no auditório do Palácio das Araucárias, com presença de autoridades do governo federal, estadual e municipais, para apresentação da pauta de reivindicações. Será a quinta mobilização conjunta da articulação Despejo Zero, iniciada em março de 2022. 

Publicidade


Estão confirmadas as participações de representantes da Comissão de Conflitos Fundiários do CEJUSC/TJPR; da Sudis (Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social) do governo do estado; do INCRA/PR; do Ministério Público estadual (MP/PR); entre outras autoridades do âmbito nacional, estadual e municipal. 


Doação de 20 toneladas de alimentos na CIC 

Publicidade


Arroz, feijão, mandioca, uma grande variedade de legumes e frutas serão doados por famílias do MST a moradores de ocupações urbanas de Curitiba. A estimativa é partilhar 20 toneladas de alimentos, especialmente para famílias da comunidade Tiradentes II. Localizada ao lado de um lixão, na Cidade Industrial, a comunidade vive sob ameaça de despejo. 


As ações de solidariedade ganharam força entre as famílias Sem Terra desde o início da pandemia e com a piora nas condições de vida e desmonte das políticas públicas na gestão Bolsonaro. Mais de 1.050 toneladas de alimentos foram doadas pelo MST do Paraná, e mais de 180 mil refeições distribuídas pelo Coletivo Marmitas da Terra, coordenado pelo Movimento, desde abril de 2020. 

Publicidade


Monumento Antonio Tavares


Na manhã de quarta-feira (19), último dia da Jornada, a programação trará o Seminário Monumento Antonio Tavares: diálogos sobre memória, patrimônio e direito à terra. O encontro irá debater os aspectos históricos, arquitetônicos, culturais e simbólicos que envolvem o Monumento Antonio Tavares. 


A obra foi projetada por Oscar Niemeyer e instalada às margens da BR 277, na altura do KM 108, em Campo Largo, nas proximidades de onde ocorreu o massacre da Polícia Militar contra camponeses Sem Terra. O crime ocorreu no dia 2 de maio de 2000, quando o trabalhador Sem Terra Antonio Tavares foi assassinado com um tiro, e mais de 200 pessoas ficaram feridas. Ninguém foi condenado pela ação, que sendo julgada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. 


O monumento é objeto de ações de tombamento por se tratar de um símbolo da memória da luta pela reforma agrária no país. A decisão da Corte Interamericana, proferida no último dia 24 de junho, reconhece o risco iminente de dano ao monumento, por parte da empresa proprietária do terreno onde a obra está instalada. 

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo