O delegado Batista Ferreira, de Engenheiro Beltrão (30 km ao norte de Campo Mourão), foi afastado do cargo nesta quinta-feira por decisão judicial, acusado de extorsão.
O pedido de afastamento foi apresentado pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC) e acatado pela juíza Kétbi Astir José. Em depoimento ao Ministério Público, Ferreira disse que é inocente.
De acordo com a denúncia, o delegado e o escrivão Joelson de França Veloso cobraram R$ 1 mil para não fazer o flagrante de porte ilegal de armas de três homens de Ivaiporã que estavam cidade.
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A cobrança foi feita na manhã do dia 16, depois dos três terem passado a noite presos numa cela.
A prisão também foi ilegal porque o porte de arma prevê apenas o registro de um termo circunstanciado.
''Ninguém fica preso em flagrante por porte de arma'', explicou a promotora Fernanda Trevisan Silvério, que assinou a denúncia juntamente com outros três promotores da PIC.
As três vítimas estavam com uma pistola e dois revólveres e disseram que o pedido inicial era de R$ 1,4 mil, mas que fecharam acordo em R$ 1 mil.
Para fazer o pagamento, um deles foi ao banco Itaú de Engenheiro Beltrão e fez o saque usando um cheque próprio.
Uma funcionária do banco disse ao MP que a letra anotada no canhoto do talão é dela, confirmando que o dinheiro foi sacado na cidade. Extrato bancário também comprova a retirada do dinheiro no dia 16 de abril.
Segundo as vítimas, houve a promessa de, com o pagamento, não enviar o ''flagrante'' ao Judiciário.
A PIC apresentou duas ações contra o delegado e o escrivão. Uma criminal, por extorsão e abuso de poder, e outra civil pública, por improbidade administrativa.
O pedido de afastamento por liminar foi feito porque havia denúncia de que as vítimas estariam sendo ameaçadas. Na tarde destas sexta-feira haverá a primeira audiência judicial do caso.
A Folha não conseguiu falar nesta quinta-feira com os acusados.