Um médico de Ponta Grossa, um fisioterapeuta de Guarapuava e dois funcionários de hospitais de Curitiba foram presos na manhã desta segunda-feira (7), durante a segunda fase da Operação Fraus. Eles são suspeitos de participar de uma quadrilha que fraudava o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais (DPVAT). No centro deste esquema criminoso está a empresa Prontidão Assessoria – alvo da primeira fase da operação.
"O modus operandi da empresa era quase sempre o mesmo. Prestavam assistência a vítima logo na saída do hospital e falsificavam o procedimento de sinistro do seguro para ficar com grande parte dele", disse o delegado-titular do 7º Distrito Policial (7º DP), Matheus Laiola, que comandou as investigações.
O médico foi preso em Ponta Grossa suspeito de realizar perícia sem a presença da vítima – assim como o fisioterapeuta, que se passava por médico para realizar falsas perícias. Já os dois funcionários dos hospitais foram detidos no bairro CIC em Curitiba e outro em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
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Eles são suspeitos de vender informações dos prontuários médicos à empresa. Um deles trabalhava no hospital Evangélico e outro no Cajuru.
Para que o seguro fosse pago as vítimas, a quadrilha fraudava diversos documentos, como boletins de ocorrência e documentos médicos. Os dois funcionários dos hospitais são suspeitos de repassar informações sobre os prontuários médicos dos pacientes.
A quadrilha cobrava de 20% à 30% para efetuar a "assessoria". O valor total de cada indenização pode variar de R$ 2,7 mil (caso de despesas médicas) à R$ 13,5 mil (casos de invalidez ou morte).
As investigações do 7º Distrito Policial (7º DP), perduraram por oito meses, após diversos procedimentos investigatórios envolvendo a mesma empresa registrados na delegacia.
Além dos quatro presos, outras duas pessoas foram encaminhadas à delegacia para prestar esclarecimento. Durante a operação, a polícia apreendeu vários documentos relacionados à fraude do seguro.
Os nomes não foram divulgados pela Polícia Civil.
Primeira fase
A primeira fase da operação foi realizada no dia 9 de novembro, quando quatro pessoas foram presas: a proprietária da empresa Prontidão Assessoria, o marido dela – que é um policial militar - e duas funcionárias da empresa.
Os suspeitos confessaram a participação no esquema fraudulento e responderão pelos crimes de associação criminosa, estelionato, falsidade documental e crime contra a relação de consumo. Se condenados poderão pegar até 18 anos de prisão.
A operação recebeu o nome "fraus" pois significa fraude em latim, que quer dizer enganar, induzir alguém em erro, burlar as leis vigentes.