PR é o 4º estado em número de favelas
Em nove anos, a quantidade de favelas cresceu 46,8% no Paraná. Ele é o quarto colocado no ranking dos Estados com os maiores bolsões de pobreza do País. As informações estão no relatório preliminar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Durante o Censo 2000, foram cadastradas 207 áreas carentes no Estado, contra 141 computadas pelo IBGE em 1991.
Curitiba tem mais da metade das favelas paranaenses e é o quinto município brasileiro com o maior número destas áreas. Até o ano passado, a Capital concentrava 122 favelas. Em 1991, eram 87. A prefeitura contesta o IBGE. De acordo com o Instituto Municipal de Administração Pública (Imap), a cidade reúne 262 "ocupações irregulares" e não favelas.
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As informações dos demais municípios do Paraná devem ser recebidas hoje pelos representantes estaduais do IBGE. A presidente do Imap, Sandra Capriglione, afirma que as favelas curitibanas são "diferentes" das outras regiões do País. "Não temos nível de carência total, de absoluta miséria, pois a infra-estrutura da prefeitura sempre se fez presente", diz.
No processo de favelização, o Paraná fica atrás de São Paulo, que lidera o ranking com 1.548 favelas, Rio de Janeiro, que tem 811 áreas, e Minas Gerais, com 256. Entre as cidades, a capital paulista figura na primeira colocação com 612 favelas, seguida da cidade do Rio de Janeiro, com 513, Guarulhos, que concentra 136, e Curitiba com suas 122 favelas.
O arquiteto Marco Aurélio Becker, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), estranha os dados apresentados pelo IBGE. Segundo o arquiteto, abordar apenas o número de favelas não sustenta a posição que a capital do Estado ocupa no ranking. "Isso é muito vago. É preciso comparar com as outras regiões, o número de pessoas que habitam as favelas", observa.
Para o IBGE, favela é um aglomerado de sub-moradias se reunir pelo menos 50 habitações. O Ippuc passa a reconhecer uma área de ocupação irregular (invasão ou loteamento clandestino) se a região tiver, no mínimo, quatro moradias. Becker entende que por isso, Curitiba tem 262 ocupações, onde moram cerca de 200 mil pessoas, o equivalente a 12,5% da população de Curitiba, que é de 1,6 milhão de habitantes.