O Governo Estadual renovou o convênio para a realização de ações do programa Campo Limpo, que faz a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas. O programa é desenvolvido em todo o Brasil e o Paraná é modelo nacional no desenvolvimento das ações.
Nesta segunda-feira (11) foi assinado um termo aditivo ao convênio entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o Instituto das Águas do Paraná, a Associação dos Distribuidores de Defensivos do Centro Sul (ADDCS) e o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev).
A medida prorroga, por mais um ano, a parceria para trabalhos e acompanhamento, treinamentos, fiscalização, controle e pesquisa no sistema de recebimento das embalagens vazias de agrotóxicos em todo o Estado. Todo esse suporte fica sob responsabilidade do Instituto das Águas.
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LÍDER - O Paraná é o estado que mais contribui para que o Brasil seja referência mundial em recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos. De todas as embalagens que chegam aos campos paranaenses, 98% são lavadas e separadas corretamente pelos agricultores. Na França o índice é de 77%, no Canadá 73% e, nos Estados Unidos, 33%.
"Em 2014, estamos comemorando 10 anos do Sistema Campo Limpo e com o termo aditivo garantimos o compromisso do Estado e da indústria com o meio ambiente no campo", explica o Secretário do Meio Ambiente, Caetano de Paula.
"Além disso, a assinatura garante que o Paraná continue com as ações de Educação Ambiental e envolvimento de agricultores em todo o processo. Afinal, de todas as embalagens que entram nos postos de coleta, mais de 98% foram lavadas e separadas pelo agricultor", afirma Caetano de Paula.
CONSCIENTIZAÇÃO - Para o diretor presidente do Inpev, João Cesar Meneguel Rando, os agricultores paranaenses atingiram um nível de conscientização que permite solucionar um problema de saúde pública e de preservação ambiental.
"Sem dúvida o Paraná é modelo para país", disse João Rando. "A expressividade dos índices, bem como a forte integração dos elos da cadeia, colocam o sistema de destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas como um exemplo de sucesso na gestão de resíduos sólidos. Garantir mais um ano de parceria com o Paraná é entender o que é melhor para o Meio Ambiente", finaliza Rando.
MELHORAR – O técnico do Instituto das Águas e coordenador do programa no Paraná, Rui Muller, explica que com o termo aditivo o Estado dá continuidade aos trabalhos e que o controle, a fiscalização e a qualificação dos agricultores só tende a melhorar. "Vamos manter a liderança e quem sabe chegar aos 100% de embalagens recolhidas corretamente aqui no Estado. Esta parceria é fundamental para uma viabilização e um suporte ao Sistema Campo Limpo", afirma Muller.
SISTEMA - O programa gerenciado pelo Inpev realiza a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil. Abrange todas as regiões do país e tem como base o conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público, conforme determinações legais.
Quando as embalagens de agrotóxicos são descartadas em aterros ou lixões, os produtos ficam expostos e contaminam o solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos. Se forem reutilizadas, podem colocar em risco a saúde dos homens e dos animais.
Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), em 1999, indicou que 50% das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil eram doadas ou vendidas sem qualquer controle; 25% tinham como destino a queima a céu aberto, 10% eram armazenadas ao relento e 15% eram abandonadas no campo.
Hoje, graças ao Sistema Campo Limpo, já tem destino certo cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto com o produto) e 80% do total de embalagens vazias de defensivos agrícolas que são comercializadas.