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PM desocupa área com 132 famílias

Erika Wandembruck - Folha do Paraná
12 set 2001 às 09:40

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Mais de 600 policiais militares da Tropa de Choque e Polícia Montada, 120 guardas municipais e quase 300 funcionários da Prefeitura de Curitiba retiraram ontem mais de 132 famílias que moravam no loteamento irregular Ilha do Mel, braço da Vila Audi. A operação teve respaldo judicial. A ordem de despejo, levada aos moradores por oficiais de Justiça, atendeu liminar concedida em favor de ação movida pela prefeitura. O município alega que o local fica em Área de Preservação Ambiental (APA), às margens do Rio Iguaçu.
A operação começou por volta das 6 horas. Policias invadiram as casas, revistaram os cômodos e as pessoas. Em seguida, começaram a derrubar os barracos. ‘Somos pobres, mas cidadãos. Bandidos devem ser abordados desta forma. Com muita luta, consegui reformar minha casa e agora ela está sendo destruída’, disse a dona-de-casa Isabel Borges, mãe de cinco filhos. A família dela e da aposentada Cacilda Padilha não têm para onde ir. ‘Crio quatro netos. Além da minha casa, as de duas filhas minhas também estão sendo desmontadas. E agora, o que vamos fazer?’, questionou Cacilda.
Até mesmo quem pagou pelo lote teve que deixar a propriedade. ‘Pagamos R$ 1 mil pela casa. Não é justo que também sejamos despejados’, contou a dona-de-casa Jucelina Maciel. Ela disse que vendeu tudo o que tinha em Ortigueira, na Região dos Campos Gerais, para, junto com o marido e os cinco filhos levar vida mais digna na Capital.
O secretário Municipal de Meio Ambiente, Ibson Campos, explicou que por conta da área invadida desde março deste ano, foram causados danos irreversíveis ao meio ambiente. Quanto aos que pagaram pelo lote, ele afirmou que na Justiça há representação criminal contra a comercialização de áreas irregulares. No final da tarde de ontem havia a informação de que Euci Fefrnades, que estava comercializando lotes na região, havia sido preso.
A prefeitura ofereceu o transporte das casas desmontadas e das famílias para os seus locais de origem. ‘O restante deve ficar em um abrigo improvisado, até que sejam relocadas’, explicou o secretário. Já as casas dos que não tem para onde ir ficarão no barracão desativado do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC), no bairro Campina do Siqueira.
Segundo o presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba e Região Metropolitana (Cohab), Armando Deboni, para as famílias cadastradas que apresentarem os casos mais dramáticos, a órgão dispõe de 30 lotes em Contenda, Grande Curitiba.
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