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Manifestação

População de Cambé protesta contra violência

Redação - Folha de Londrina
23 abr 2003 às 18:20

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Os moradores de Cambé (13 km a oeste de Londrina) estão preocupados com a violência que está invadindo bairros próximos ao centro da cidade.

Representantes da comunidade estão criando o Movimento Comunitário pela Segurança, na tentativa de desenvolver projetos a médio e longo prazo, enquanto cobram das autoridades medidas imediatas que garantam a segurança da população.

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O movimento vem sendo organizado desde o ano passado, mas a mobilização ganhou força depois de diversos crimes violentos registrados nas últimas semanas, elevando para 13 o número de assassinatos na cidade, praticamente metade do registrado em todo o ano passado (27 homicídios).

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Somente no último feriadão, foram três execuções, incluindo o latrocínio envolvendo o gerente de posto de combustível, Vanildo Aparecido Gardin, ocorrido há três dias.

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Para o advogado e funcionário público João Pavinato, os números são preocupantes, mas é preciso conscientizar a população para que participe de projetos preventivos.


''Não queremos apenas nos reunir com autoridades policiais e ouvir dificuldades sobre falta de efetivo e de equipamento. Queremos mobilizar a comunidade para desenvolver projetos a médio e longo prazo'', disse Pavinato, que integra um grupo com cerca de 130 voluntários.

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A entidade será oficializada neste sábado, onde os organizadores pretendem reunir 250 interessados. Entre eles, está professora Ângela Maria Ribeiro, diretora da Escola Estadual Doutor Leopoldino Ferreira, que vem tendo problemas envolvendo delinquentes juvenis.


''Várias escolas estão com dificuldade para cuidar dos alunos. Estamos contando com o apoio da Polícia (Militar), mas a comunidade precisa participar mais'', disse.

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A escola, que fica no Jardim Tupi, registra também casos de arrombamentos e problemas com adolescentes de outras regiões que ficam nas imediações do prédio. Nesta quarta-feira, uma viatura permaneceu boa parte do dia fazendo a segurança dos alunos.


''Temos acesso ao interior do colégio e estamos ampliando o policiamento preventivo. Recebemos denúncias de ameaças, mas nada foi confirmado até agora'', afirmou o tenente da PM, Fábio Bonifácio Ferreira.

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Um dos casos mais graves registrados em Cambé aconteceu em frente a uma escola no centro da cidade. O metalúrgico Paulo Roberto de Ávila, 44 anos, foi morto em fevereiro deste ano, quando aguardava o filho sair do Colégio Olavo Bilac.


O principal suspeito do crime - um rapaz que estaria ameaçando o filho da vítima dentro da escola - desferiu dois tiros contra a vítima, que estava acompanhada da esposa e filha.

''Nosso movimento não tem conotação política e não quer criticar ninguém. Ele apenas acredita que a comunidade organizada pode mudar esta situação'', concluiu Pavinato.


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