O promotor de Justiça de Almirante Tamandaré (Região Metropolitana de Curitiba), Paulo Sérgio Markowicz de Lima, deve convocar nova reunião, num prazo de 60 dias, para constituição de uma câmara técnica - a exemplo da formada em Colombo -, que avalie os impactos causados pela exploração do Karst e a ocupação urbana na área do aquífero. A câmara envolverá representantes da Sanepar, da Prefeitura de Almirante, do Ministério Público e de organizações ambientais não governamentais.
A decisão foi anunciada depois da audiência pública que reuniu cerca de 70 moradores para ouvir as explicações da Sanepar sobre a retirada de água do subsolo. A empresa também expôs sua posição sobre as situações de afundamento do solo que podem ou não estar vinculadas a exploração do Karst. Segundo o promotor, a estatal assinou ontem um termo de comprometimento de integrar e reconhecer a câmara técnica no prazo de dois meses e, ainda, assumiu publicamente o compromisso de analisar e indenizar moradores que tiverem prejuízos materiais pela exploração do Karst.
Sete casos, entre afundamentos e rachaduras nas paredes das casas, estão sendo analisadas pela Sanepar. De acordo com o gerente de Hidrogeologia da Sanepar, Arlineu Ribas, em três ou quatro meses a empresa se posicionará admitindo ou não a responsabilidade pelas indenizações.
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Ribas disse que, apesar de não haver estudo de impacto ambiental, a exploração do Karst em Almirante Tamandaré respeita um limite de vazão - cerca de 220 litros por segundo - que assegura o nível dinâmico dos poços, o que torna pouco prováveis as desestabilizações do solo.
Para o presidente do Instituto Timoneira, Valter Johnson, as explicações da Sanepar não conveceram a população, que criticou e vaiou os representantes da empresa. Apesar dos momentos de tensão, ele avaliou como um avanço a reunião realizada. "Pela primeira vez, tivemos a chance de ser ouvidos", declarou.