A superlotação na cadeia do 3º Distrito Policial, em Curitiba, foi o motivo de uma rebelião ocorrida no início da noite de sábado. Com capacidade para 70 presos, no máximo, a delegacia estava com uma população de 149 detentos. Em cada cela se amontoavam cinco ou seis pessoas. Trinta e sete foram transferidos. O levante começou às 17 horas e se encerrou às 20h30, após negociação com o delegado Fauze Salmen, do 1º Distrito Policial, que foi designado às pressas para conter o motim.
Durante as três horas e meia de rebelião os presos destruíram as celas e espancaram alguns dos colegas tomados como reféns. Os amotinados mantiveram sob controlo oito presos considerados de "confiança". Todos foram agredidos com "estoques" (armas feitas com pedaços de paus e ferro) e precisaram ser encaminhados para o Manicômio Judiciário, em Piraquara, onde funciona o atendimento médico para os detentos.
O delegado abriu a conversação com os líderes - 15 ao todo - depois de ser atendida a condição de que cessassem as agressões aos reféns. Salmen disse ontem que as lideranças foram criadas na hora, o que facilitou a negociação. "Não havia um único representante, todos falavam ao mesmo tempo. Assim foi mais fácil para se chegar a um acordo", explicou o delegado.
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Os 37 que deixaram o 3º DP foram distribuídos nas carceragens do Cope (Centro de Operações Especiais da Polícia Civil), Centro de Triagem e nos 7º, 8º e 10º distritos policiais.
Os policiais que controlaram a confusão disseram que a previsão é de que as obras de reparos na cadeia estejam concluídas até a próxima semana. Os presos rebelados estragaram os colchões, paredes e tentaram atear fogo na estrutura carcerária. Duas das quatro alas da cadeia ficaram completamente destruídas, sendo que eles arrancaram as grades de várias celas. "Até mesmo a porta principal da cadeia foi arrebentada", informou ontem um policial do 3º DP.
Uma forte operação policial, que incluiu várias viaturas, policiais e até carros do Corpo de Bombeiros, foi acionada para impedir maior destruição e também fuga. Ninguém conseguiu escapar.