O procurador geral da República, Fernando José Araújo Ferreira, do Ministério Público Federal (MPF), prorrogou desta segunda para terça-feira o prazo para que a Universidade Federal do Paraná (UFPR) efetue o pagamento dos salários de setembro dos funcionários técnico-administrativos do Hospital de Clínicas da instituição, em greve há seis dias. "A partir de amanhã, o HC tem que estar funcionando", disse.
"Como o reitor Carlos Antunes alegou dificuldades operacionais para a efetuação dos pagamentos, vamos esperar até amanhã, data que ele mesmo garantiu que os depósitos começariam a ser feitos pelos bancos de forma gradativa". E adiantou: "Se os vencimentos forem pagos e os funcionários decidirem continuar em greve em solidariedade aos técnicos lotados na UFPR - que não vão receber porque ficaram em greve - vamos aplicar multas diárias ao sindicato que representa a categoria (Sinditest), além de processos administrativos e criminais", disse.
Caso os pagamentos não comecem a ser realizados, completou o procurador, quem sofrerá as sanções será o reitor da instiuição. Avisou que se as portas do HC continuarem fechadas vai fazer valer a liminar do dia 02 de agosto em que o MPF determinou o retorno dos grevistas do HC ao trabalho, quando iniciaram paralisação em 25 de julho .
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Os servidores técnico-administrativos do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), podem decidir em assembléia pelo retorno ao trabalho. Mas na avaliação do presidente do Sinditest Antonio Neris, apesar da liminar e da pressão do MPF, "será difícil convencer os colegas na assembléia desta terça-feira a votar pelo retorno ao trabalho, mesmo que tenham recebido os salários do mês passado. A maioria vai querer se manter solidária à categoria. Não é justo que tenhamos arroz em nossas panelas e nossos companheiros não", disse.
Nesta segunda-feira, dos 640 leitos do hospital, 197 estavam ocupados. Na sexta-feira eram 286 internos. Apenas o pacientes internados estão recebendo atendimento no maior hospital público do Estado.
Desde quinta-feira, o reitor tem em mãos R$ 2,3 milhões para pagar os servidores. O ministério de Educação repassou a responsabilidade pela operacionalização da folha de pagamento à instituição, mas como os funcionários do setor financeiro estavam em greve, o processo ficou comprometido. Outro agravante é que os bancos terão de repassar os vencimentos individualmente.