Pelo mero prazer de depredar, as gangues juvenis de Curitiba criaram, sem perceber, uma indústria do vandalismo. Ao mesmo tempo que produzem estragos nos equipamentos públicos, estes grupos geram dinheiro para as empresas que vão fazer os reparos. No final das contas, a população é quem perde. O cidadão se vê obrigado a pagar, por meio dos impostos, o próprio conserto do bem comum.
A Urbs (empresa que gerencia o transporte coletivo na Capital) gastou este ano cerca de R$ 126 mil para substituir os vidros das estações-tubo que ficaram na mira dos vândalos. É o preço da construção de uma creche. O número de casos aumentou 14% entre 1999 e 2000. Este ano foram registradas 539 ocorrências contra 471 em 99. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, as gangues são as principais responsáveis pelo quebra-quebra.
Os tótens da Polícia Militar também não ficam imunes ao ritmo imposto pelos desordeiros urbanos. Apenas dois anos e meio depois de entrarem em operação, os 98 equipamentos vão passar por uma nova reforma, que vai custar R$ 34 mil.
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A Prefeitura de Curitiba firmou parceria com a corporação para trocar as lâmpadas e os intercomunicadores que fazem contato direto com a Central 190 da PM. Levantamento da Prefeitura e da polícia aponta que os tótens são os equipamentos públicos mais depredados da cidade.
Outra marca presente do vandalismo é a pichação. Até o final deste mês, vão ser gastos R$ 20 mil para remover adesivos e tinta de spray das placas de sinalização. As equipes de manutenção computaram que 1000 placas da cidade foram alvo de algum tipo de dano. Além dos gastos, essa brincadeira coloca os motoristas em risco. "A segurança do trânsito passa pelas boas condições de nossa sinalização", alerta o chefe da Diretran, José Álvaro Twardowski.
A superintendente de Obras e Serviços da prefeitura, Maria Lúcia Rodrigues, diz que os atos de vandalismo só acontecem porque os responsáveis são indiferentes a qualquer escala de valores. "Acredito que tudo isso ocorre porque falta educação e cultura para essa gente", afirma. Segundo ela, a população precisa denunciar aqueles que fazem do vandalismo um passa-tempo. "Só assim, eles vão deixar de ficar impunes a tudo o que fazem." Os telefones para denunciar casos de vandalismo são o 200-1616 e o 156.