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Vazamento: Petrobras sabia e não tomou providências

Maigue Gueths - Folha do Paraná
18 fev 2001 às 17:15

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As informações divulgadas pela Petrobras sobre o início do vazamento do oleoduto na Serra do Mar e a quantidade de óleo diesel vazada para o rio são contestadas por moradores da região. Segundo o deputado estadual Algaci Tulio (PTB-PR), integrante da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, moradores da região afirmam que a Petrobras já tinha sido avisada sobre o deslocamento de terra na região, mas não tomou nenhuma providência. Uma moradora afirmou que sentiu cheiro de óleo por volta das 7 horas, um indicativo de que o vazamento pode ter começado antes do horário divulgado pela empresa. "A informação que tive é que vazaram pelo menos 600 mil litros de óleo para o rio", diz o deputado.
O oleoduto para transporte de combustíveis da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, rompeu na altura do quilômetro 36 da BR 277, na Serra do Mar.
De acordo com a Petrobras, o acidente aconteceu por volta das 10 horas de sexta-feira, quando um funcionário da Repar, que trabalha na fiscalização dos dutos, sentiu o cheiro forte de óleo. Pouco depois das 11 horas, os técnicos já teriam constatado o vazamento e providenciado o fechamento de válvulas do duto para evitar o escoamento de mais óleo. Segundo o gerente de operações do terminal da Petrobras em Paranaguá, Luiz Vicente Maurer Ferreira da Costa, neste período houve o vazamento de 1,2 mil litros de diesel, quantidade total de óleo existente no duto no momento do acidente.
O trabalho de limpeza dos rios afetados pelo vazamento da Petrobras na Serra do Mar deve durar uma semana. Aproximadamente 500 homens estão trabalhando 24 horas por dia no local para tentar conter o óleo diesel que vazou na localidade de Carambiú. O óleo escorreu para o rio do Meio, afluente do rio Sagrado, que desemboca no rio Nhundiaquara em Morretes, no litoral do Estado.
Até o início da tarde de ontem tinham sido montadas seis barreiras para contenção e absorção do óleo em oito quilômetros de extensão do rio a partir do local do acidente. O óleo estava sendo retido na sexta barreira, localizada a quatro quilômetros do vazamento. Caso fosse necessário, seriam instalados mais obstáculos ao longo do rio.
A Petrobras ainda não sabia, ontem, as causas do acidente. O duto de 96 quilômetros de extensão e 12 polegadas de diâmetro, foi construído há 26 anos. Segundo Costa, sua vida útil é de aproximadamente cem anos. "Nós verificamos a situação do duto em março do ano passado e não foi constatado nenhum problema", diz. A manutenção do duto é feita com o uso de um instrumento com tecnologia de ultrassonografia, o qual examina toda a superfície interna do duto.
Até ontem também não era possível prever os danos que o vazamento de óleo deve ter causado ao meio ambiente. "A princípio, o que já dá para ver é a mortandade de peixes", constatou o assessor da secretaria Estadual do Meio Ambiente José Tadeu Motta. Nos quatro quilômetros entre o local do acidente até o fim do rio do Meio não se vê peixes mortos. Mas na altura da quarta barreira feita pela Petrobras, quando o rio do Meio encontra o rio Sagrado a mortandade de peixes já é constatada.
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