Apesar da crise que abateu o setor de tecnologia, o Serviço de Imigração (INS) dos Estados Unidos aprovou um número recorde de vistos do tipo H1-B para o ano fiscal encerrado em 30 de setembro.
Após um lobby tremendo liderado por grupos da indústria, o Congresso ampliou o limite para 195 mil vistos de trabalho na área de alta tecnologia - o maior índice já aprovado e um aumento de 107.500 petições em relação ao ano fiscal anterior.
O fato de o governo ter permitido que mais cidadãos estrangeiros trabalhem no setor naquele país causou polêmica entre muitos americanos. "As pessoas que têm sido contratadas nos últimos anos através do visto H1-B estão trabalhando em cargos que eu poderia ocupar", comentou Peter Dalinis, um programador desempregado de Seattle. "Isso fere, porque eu moro e nasci aqui."
O programa H1-B é uma das questões mais delicadas enfrentadas pela comunidade de tecnologia nos EUA. Críticos alegam que, muitas vezes, os estrangeiros estão sendo contratados porque aceitam salários mais baixos e menos benefícios. Os grupos da indústria, por sua vez, argumentam que os Estados Unidos não estão preprarando profissionais com aptidões especializadas o suficiente para atender à demanda interna. Os contratados através do visto H1-B - muitos treinados nas próprias universidades norte-americanas - podem trabalhar no país por cerca de seis anos utilizando o programa de vistos.
Mais lobby à vista
A batalha envolvendo a questão é antiga. O limite de emissão despencará para 65 mil vistos no final do ano fiscal 2003 - significando que os grupos da indústria terão de renovar o seu lobby com o Congresso na ocasião.
"A menos que a economia dê uma reviravolta, manter o limite no nível atual será uma tarefa difícil", comentou Lynn Shotwell, diretor de relações do governo no Conselho Americano de Pessoal Internacional, em Washington. "Apesar do enfraquecimento da economia, acho que os argumentos no momento são fortes o suficiente", acrescentou.
Muitos oponentes do programa H1-B acreditam que seria de interesse do Congresso baixar a emissão de vistos para estimular a contratação local. "Isso beneficiaria claramente os trabalhadores americanos e graduados recém-formados", disse Mark Krikorian, diretor executivo do Centro para Estudantes Imigrantes, em Washington.
Mas Harris Miller, presidente da Associação Americana de Tecnologia da Informação (ITAA), rebate a informação, dizendo que, se o limite não é atingido, mostra que as forças do mercado estão trabalhando e que os empregadores não estão abusando dos programas. "Trata-se de um limite, não um número obrigatório", ressaltou.
Um recente estudo da ITAA estima que a força de trabalho de tecnologia nos EUA está em 10,4 milhões de profissionais e a demanda projetada para novos trabalhadores neste ano é de aproximadamente 900 mil - bem abaixo dos 1,6 milhão de novos profissionais registrados no ano passado.
Amar Veda, porta-voz da Budd Lake, uma rede de suporte à imigração baseada em Nova Jérsei, disse que as estatísticas da INS sobre o uso dos vistos H1-B são enganosas e refletem apenas o número de petições aprovadas pelas companhias que receberam - e não das pessoas que estão atualmente a trabaho nos EUA.
"Muitas empresas têm suas solicitações aprovadas pelo governo e as mantêm reservadas, fora de uso", disse. Segundo o executivo, desde os atentados de 11 de setembro, ninguém está dispostos a trabalhar nos Estados Unidos. "Na verdade, as pessoas estão indo embora." Além disso, acrescenta Lake, os números da INS não incluem os trabalhadores estrangeiros que perderam seus empregos no período de desaquecimento da indústria.
Após um lobby tremendo liderado por grupos da indústria, o Congresso ampliou o limite para 195 mil vistos de trabalho na área de alta tecnologia - o maior índice já aprovado e um aumento de 107.500 petições em relação ao ano fiscal anterior.
O fato de o governo ter permitido que mais cidadãos estrangeiros trabalhem no setor naquele país causou polêmica entre muitos americanos. "As pessoas que têm sido contratadas nos últimos anos através do visto H1-B estão trabalhando em cargos que eu poderia ocupar", comentou Peter Dalinis, um programador desempregado de Seattle. "Isso fere, porque eu moro e nasci aqui."
O programa H1-B é uma das questões mais delicadas enfrentadas pela comunidade de tecnologia nos EUA. Críticos alegam que, muitas vezes, os estrangeiros estão sendo contratados porque aceitam salários mais baixos e menos benefícios. Os grupos da indústria, por sua vez, argumentam que os Estados Unidos não estão preprarando profissionais com aptidões especializadas o suficiente para atender à demanda interna. Os contratados através do visto H1-B - muitos treinados nas próprias universidades norte-americanas - podem trabalhar no país por cerca de seis anos utilizando o programa de vistos.
Mais lobby à vista
A batalha envolvendo a questão é antiga. O limite de emissão despencará para 65 mil vistos no final do ano fiscal 2003 - significando que os grupos da indústria terão de renovar o seu lobby com o Congresso na ocasião.
"A menos que a economia dê uma reviravolta, manter o limite no nível atual será uma tarefa difícil", comentou Lynn Shotwell, diretor de relações do governo no Conselho Americano de Pessoal Internacional, em Washington. "Apesar do enfraquecimento da economia, acho que os argumentos no momento são fortes o suficiente", acrescentou.
Muitos oponentes do programa H1-B acreditam que seria de interesse do Congresso baixar a emissão de vistos para estimular a contratação local. "Isso beneficiaria claramente os trabalhadores americanos e graduados recém-formados", disse Mark Krikorian, diretor executivo do Centro para Estudantes Imigrantes, em Washington.
Mas Harris Miller, presidente da Associação Americana de Tecnologia da Informação (ITAA), rebate a informação, dizendo que, se o limite não é atingido, mostra que as forças do mercado estão trabalhando e que os empregadores não estão abusando dos programas. "Trata-se de um limite, não um número obrigatório", ressaltou.
Um recente estudo da ITAA estima que a força de trabalho de tecnologia nos EUA está em 10,4 milhões de profissionais e a demanda projetada para novos trabalhadores neste ano é de aproximadamente 900 mil - bem abaixo dos 1,6 milhão de novos profissionais registrados no ano passado.
Amar Veda, porta-voz da Budd Lake, uma rede de suporte à imigração baseada em Nova Jérsei, disse que as estatísticas da INS sobre o uso dos vistos H1-B são enganosas e refletem apenas o número de petições aprovadas pelas companhias que receberam - e não das pessoas que estão atualmente a trabaho nos EUA.
"Muitas empresas têm suas solicitações aprovadas pelo governo e as mantêm reservadas, fora de uso", disse. Segundo o executivo, desde os atentados de 11 de setembro, ninguém está dispostos a trabalhar nos Estados Unidos. "Na verdade, as pessoas estão indo embora." Além disso, acrescenta Lake, os números da INS não incluem os trabalhadores estrangeiros que perderam seus empregos no período de desaquecimento da indústria.