E o que leva uma pessoa a fazer um trabalho voluntário? Talvez a necessidade de ajudar, de sentir-se útil, a busca por experiências diversificadas ou a vontade de suprir o sentimento de impotência diante das desigualdades sociais. A soma desses itens motivou a curitibana Irenilda Arruda. Cansada de presenciar as dificuldades sentidas pelos moradores da Vila das Torres, onde nasceu, Irenilda resolveu agir e criou o Clube das Mães.
O clube começou a funcionar timidamente na casa de Irenilda, mas com o tempo os pedidos foram tantos que ela precisou de um local separado, pois conta que na busca de ajudar ao próximo estava perdendo sua própria privacidade. Há dois anos fundou a sede da instituição, bem no centro da Vila das Torres. O clube encaminha e tenta atender os diversos pedidos dos moradores, mas também presta serviço de orientação. Atualmente atende pelo menos duzentas mulheres do bairro, informando sobre os perigos das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, entregando vales-camisinha, medicamento e até cestas-básicas.
Para realizar esse trabalho, o clube conta com a ajuda de mais quinze voluntárias, que fazem cerca de 45 visitas por semana. "Os recursos conseguimos por meio de doações", explica Irenilda, que coordena todo o trabalho.
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No local moram cerca de 4 mil famílias. "A principal dificuldade é a questão financeira", enfatiza. Mas admite que os problemas com drogas e com as crianças é também bastante preocupante. "Nosso objetivo é fazer um trabalho de resgate social com essas pessoas. Redescobrindo a cidadania de cada um". Para isso, a instituição promove palestras e mantém projetos específicos, como o Rede Sol, com usuários de drogas injetáveis e o Volei em Ação, que encaminha crianças para um projeto esportivo.
Pelo trabalho realizado no Clube das Mães, Irenilda recebeu, no último dia 6, o Prêmio Dignidade Solidária 2000, na categoria Líder Comunitário.