Polícia

Exame de DNA confirma que ossada pertence a Leandro Bossi, menino procurado desde 1992

10 jun 2022 às 17:18

A PCPR (Polícia Civil do Paraná) e a Polícia Científica do estado identificaram fragmentos genéticos de Leandro Bossi, que desapareceu em Guaratuba, no Litoral, em 1992, com 7 anos de idade. As novidades foram apresentadas nesta sexta-feira (10) em coletiva de imprensa convocada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública.


A identificação é resultado da integração entre as forças de segurança e aconteceu após a coleta das amostras de fragmentos armazenados na Polícia Científica e o confronto com o DNA de familiares do menino. Em outro trabalho similar, o Estado identificou, em 2019, o autor do crime contra a menina Rachel Genofre.


Essa resolução é fruto do trabalho do banco genético do Estado, que integra a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Pessoas Vivas Sem Identificação, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O andamento dos procedimentos contou com o apoio do Ministério e da perícia da Polícia Federal.


"É um trabalho que tem avançado com mais celeridade nos últimos anos. A integração das forças de segurança e o trabalho em parceria com a União, além dos avanços tecnológicos, estão ajudando o Estado a responder casos complexos e que demandavam resposta", disse o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita.


Linha do tempo


Leandro Bossi desapareceu durante um show, em Guaratuba, no dia 15 de fevereiro de 1992. Naquele mesmo ano, no dia 6 de abril, outro menino, Evandro Caetano, de 6 anos de idade, também desapareceu na cidade.


No ano passado, o Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas), da Polícia Civil, fez coletas de materiais genéticos dos familiares de Leandro. Através de um teste de DNA Mitocondrial, com recursos diferentes dos tradicionais, foi constatada a identidade da amostra da mãe do menino, na comparação com os fragmentos encaminhados pela Polícia Científica.


Para o perito responsável pelo caso, Marcelo Malaghini, coordenador do Laboratório de Genética Molecular Forense da Polícia Científica, o trabalho do Banco Genético foi de extrema importância para chegar a esse resultado depois de tanto tempo.


“O exame genético hoje traz uma segurança muito maior, comparada há 30 anos, quando foram feitas as primeiras análises. Naquela época não havia laboratórios de polícia no Brasil, hoje temos um potencial em análises genéticas, principalmente com esta possibilidade”, afirma.


Crianças desaparecidas


A PCPR foi pioneira na implementação do Sicride, a primeira delegacia especializada em desaparecimento de crianças do País.


A PCPR foi pioneira na implementação do Sicride, a primeira delegacia especializada em desaparecimento de crianças do País. Após os casos de desaparecimento no início dos anos 1990, foi observada a necessidade de criar um núcleo especializado para a investigação de crianças desaparecidas. O trabalho da instituição ganha novas possibilidades com o uso dos cadastros genéticos.


Com a identificação de Leandro, restam 26 crianças desaparecidas no Estado. Nos últimos quatro anos, aproximadamente 900 casos de crianças desaparecidas foram registrados no Paraná, sendo que todos foram solucionados. Em 2022, a PCPR elucidou 100% dos casos – foram registrados 89 boletins de ocorrência e, em todos eles, as crianças foram localizadas.


A PCPR mantém os procedimentos investigativos, mesmo nos casos antigos, realizando um trabalho minucioso tanto para evitar novos casos de desaparecimentos, como para identificar casos anteriores, dando uma resposta aos familiares. “O alto índice de elucidação dos casos está diretamente relacionado à rápida resposta da polícia”, destaca Patrícia Nobre.

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