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Tiroteio no banco

Rapaz diz que era perseguido por 'macumbeiros'

Redação - Folha de Londrina
13 fev 2003 às 18:55

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Gabriel Ferreira dos Santos, 28 anos, que invadiu a agência central do Banco do Brasil de Londrina, localizada no Calcadão da Avenida Paraná, deverá ser submetido a um exame de sanidade mental assim que seu estado de saúde apresentar melhora. O delegado do 1º Distrito Policial, Marcos Roberto Belinati, ouviu Santos informalmente nesta quinta-feira na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa e decidiu entrar com o pedido na Justiça depois que o invasor alegou estar sendo perseguido por ''macumbeiros''.

Na tarde da última terça-feira, Santos usou um revólver calibre 32 para render um sargento da Polícia Militar (PM) e roubar a arma do policial. Na fuga, ele invadiu a agência bancária, roubou uma terceira arma de um vigia do banco, fez refém mais de 50 clientes e, numa troca de tiros com a PM, acabou ferido por nove tiros.

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O delegado disse que decidiu pelo exame de sanidade em função das explicações dadas por Santos. Segundo Belinati, ele disse que havia chegado na cidade no último sábado, vindo de São Paulo (SP). Disse que trabalhava como servente de pedreiro na capital paulista mas vinha sofrendo ameaças de morte. Por isso, teria adquirido o revólver calibre 32 e, depois, se mudou de cidade.

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Desde que chegou à Londrina, ele não comia com regularidade e estava dormindo na rua. Santos afirmou ao delegado que não tem nenhum parente nem conhecido em Londrina. Ele disse que se lembrava de ''tudo'' que aconteceu na terça-feira, mas que não sabia dizer porque tinha roubado as armas. Questionado sobre o que teria motivado sua ação, ele argumentou que ''a cidade tinha muito macumbeiro'' que o estariam perseguindo. ''Perguntei se ele queria assaltar o banco e ele me respondeu que 'pode ser''', destacou Belinati.


Ele garantiu que não é usuário de drogas e que ''servia à Jesus''. Santos disse que é natural de Carinhanha (BA), como consta em sua identidade, e forneceu um número de telefone de uma irmã que ainda reside no sertão baiano. Porém, o delegado não havia conseguido contatar nenhum familiar até o final da tarde desta quinta-feira.

Além de ouvir Santos informalmente, o delegado também aproveitou para colher suas impressões digitais. Ele pretende enviá-las para os institutos de identificação de São Paulo e da Bahia para definir se Santos possui antecedentes criminais. O depoimento oficial do preso deve ser tomado nesta sexta-feira, quando ele for transferido da UTI para a enfermaria.


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