As defesas dos réus arrolados para as audiências da quarta fase da Operação Publicano, deflagrada pelo Ministério Público e que investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná, pediram, no final da semana passada, o afastamento do juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, após o magistrado ter homologado o novo acordo de delação premiada com o MP e revogado a prisão preventiva do principal delator da Publicano, Luiz Antônio de Souza, que já foi solto.
Para o advogado Walter Bittar, Nanuncio deveria "ouvir os demais delatados, que poderiam refutar as assertivas de Souza, fazendo assim com que o acordo perdesse força". Bittar ainda esclareceu que na terceira fase da Publicano havia protocolado um documento argumentando que "Luiz Antônio havia faltado com a verdade" com o magistrado. "A imparcialidade, na nossa visão, não existe mais, porque vossa excelência se comprometeu com a versão que lhe foi fornecida", ponderou.
Na sequência, outros advogados reiteraram as palavras proferidas por Bittar. A promotora Leila Schmitti Voltarelli, representante do Ministério Público nas audiências da Publicano, opinou pela refutação do pedido. Ela disse que Nanuncio agiu "dentro de suas atribuições e com a maior correção possível". O juiz da 3ª Vara Criminal declarou "não aceitar" o argumento das defesas. "Em nenhum momento eu afirmei, na referida decisão, que os fatos afirmados pelo acusado durante o interrogatório confirmaram os fatos constantes da denúncia."
Leia mais:
‘Londrina é uma cidade impressionante’, diz prefeito Marcelo Belinati
Lula evoluiu bem à cirurgia, está estável e conversa normalmente, dizem médicos
'Presidente encontra-se bem', diz boletim médico após cirurgia de Lula
Eleição de 2024 tem suspeita de fraude por transferência em massa de eleitores entre cidades
O titular da 3ª Vara Criminal continuou se defendendo. "Eu não seria nem louco de fazer um tipo de afirmativa dessa e nem poderia ser considerado juiz de direito se eu fizesse esse tipo de assertiva em uma decisão interlocutória. Em nenhum momento quebrou-se a imparcialidade porque, de maneira alguma, eu disse que as denúncias dos fatos estavam confirmadas", pontuou Nanuncio. "Com todo o respeito, eu não consigo vislumbrar em que frase ou aspecto eu demontrei suspeição na revogação da prisão preventiva", concluiu.