O Fórum Popular Contra a Venda da Copel, que reúne 75 entidades no Estado, quer que a Assembléia Legislativa vote até junho o projeto de iniciativa popular impedindo a privatização da empresa. Reunião realizada ontem entre deputados contrários à venda e representantes do fórum concluíram que a data-limite para apresentação do projeto popular é junho. Entretanto, ainda não há data definida para a apresentação da matéria.
O fórum vai fazer o lançamento oficial do projeto no dia 23 deste mês, na Assembléia. A intenção é reunir a sociedade civil organizada em frente aos prédios que abrigam o Legislativo, como forma de pressionar o governo - que pretende levar a Companhia Paranaense de Energia a leilão entre outubro e novembro.
Para que o projeto possa ser apreciado pelos 54 deputados, precisa de, no mínimo, 60 mil assinaturas (o equivalente a 1% do eleitorado paranaense). O PMDB já começou a coleta de assinaturas. Esmael Morais, um dos coordenadores do fórum, disse que foram coletadas mais de 100 mil assinaturas pedindo a revogação da Lei 12.355/98 (que autoriza o Estado a vender a Copel), mas não especificamente para o projeto popular. "Isso precisa de um formulário próprio", explicou. Morais acredita que, em "pouco tempo", serão coletadas as 60 mil assinaturas, a tempo da apresentação do projeto.
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O líder do PMDB na Assembléia, Nereu Moura, disse que a oposição vai atacar a privatização em diversas frentes e - apesar de concentrar seus esforços no projeto popular - não descartou a possibilidade de reapresentar os três projetos de lei que tentam barrar o processo de venda. A intenção é conseguir maior mobilização e respaldo da população. A oposição luta ainda para conseguir os 28 votos necessários para aprovar as matérias contra a venda da Copel. Enquanto isso, a liderança do governo também briga para manter a base de apoio coesa, com o objetivo de não permitir a aprovação da revogação.
O governo alega que a empresa precisa ser vendida para não perder a competitividade. Os oposicionistas contestam o argumento, e defendem que energia é um setor estratégico e precisa permanecer nas mãos do Estado.