O descobridor dos "arquivos do terror" da Operação Condor, Martín Almada, pediu a abertura desses arquivos pelos militares, durante o 5º Seminário Latino-Americano de Anistia e Direitos Humanos. Segundo Almada, os arquivos da Operação Condor ainda estão nas mãos das Forças Armadas de cada país latino-americano. "Os militares não queimaram os arquivos", disse o ativista paraguaio. Para ele, "o condor continua sobrevoando a América Latina".
Ele lembrou que a Operação Condor nasceu no Brasil. Ela foi uma aliança estabelecida formalmente em 1975 entre as ditaduras militares da América Latina, visando a perseguir os que se opunham aos regimes autoritários. Além do Brasil, fizeram parte da aliança Chile, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
Paraguai e Argentina
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Almada destacou que no Paraguai foram condenados apenas 20 torturadores. "No Paraguai, continua a impunidade", disse. Segundo ele, mais de 20 mil vítimas solicitaram reparação. Almada ressaltou ainda que houve comissão da verdade no Paraguai e que ela trabalhou por quatro anos.
Já a representante das vítimas da ditadura argentina no debate, Macarena Gelman, afirmou que existe uma equipe naquele país que trabalha para a recuperação de corpos de desaparecidos políticos na América Latina. Ela ressaltou que a busca abrange não apenas corpos de argentinos, mas de pessoas de diversos países. Além disso, Macarena ressaltou que a reparação às vítimas deve ser não apenas econômica, mas especialmente moral.
O deputado licenciado Nilson Mourão, secretário de Justiça e de Direitos Humanos do Acre, afirmou que tem convicção de que o Brasil também passará sua verdade a limpo. "É direito da sociedade brasileira conquistar a sua verdade e a sua memória", disse.