Nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem governadores de Estado compareceram nesta terça-feira (4) ao ato em defesa da reforma política realizado na Câmara dos Deputados. Com essas ausências, o evento acabou esvaziado. Apesar dos apelos do deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política, o texto com as propostas de mudanças no sistema eleitoral não deverá ser votado amanhã na Comissão Especial.
"Não vota nada", decretou o deputado Almeida Lima (PMDB-SE), presidente da Comissão Especial da Reforma Política, que também não apareceu ao ato organizado por Fontana.
Sem consenso, a reforma proposta pelo petista foi criticada pelos presidentes de partido que estiveram no evento. "Só fui lá (no ato) porque o Fontana me pediu e eu havia prometido", contou o presidente interino do PMDB, Valdir Raupp (RO), que chegou ao final do evento e fez críticas à reforma de Fontana. Assim como os partidos aliados, a oposição também é contra a proposta do petista. "O relatório dele (Fontana) é confuso e excessivamente original", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos integrantes da Comissão Especial.
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Mais cedo, antes do encontro, Fontana se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer, na expectativa de conseguir apoio do PMDB a sua proposta. Os peemedebistas permanecem, no entanto, divididos em relação à reforma do petista. Parte deles não concorda com o financiamento público de campanha, um dos pilares da proposta de Fontana.
A maioria também não quer a instituição do sistema de votação proporcional misto previsto na proposta. O eleitor vota diretamente em um candidato para preencher metade das vagas para a Câmara dos Deputados, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores. Na outra metade, o eleitor vota em uma lista previamente ordenada de candidatos, definida por cada partido. "Essa história de voto em lista não passa", disse Raupp.