O prefeito de Londrina, Homero Barbosa Neto (PDT), ficou menos de 30 minutos na sala de depoimento, nesta sexta-feira (22), no Ministério Público. Ele se reservou o direito de ficar calado. "Vou falar à Justiça", justificou.
A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público investiga supostas irregularidades no contrato entre a prefeitura e a empresa Delmondes & Dias Ltda., contratada para ministrar o curso de treinamento de Guardas Municipais. A investigação foi retomada depois que a promotoria teve acesso ao relatório da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Guarda Municipal, realizada pela Câmara. De acordo com as investigações do MP, a assinatura do contrato com a empresa ocorreu 49 dias após a aula inaugural do curso (7 de abril), que teve a duração de 85 dias.
Pelo o que foi declarado pelo representante da Polícia Militar, Marcos Ginotti ao MP, o curso foi ministrado por policiais do Batalhão da Polícia Militar de Londrina. O Ministério Público investiga se a empresa recebeu sem que tenha prestado o serviço, objeto do contrato.
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Ao deixar a sede do órgão, Barbosa criticou o próprio Ministério Público e a Câmara de Vereadores. Barbosa foi o último a depor nesta investigação. A promotoria promete encerrar o processo ainda nesta sexta. Nomes de possíveis denunciados não foram antecipados. "Ele está na condição de investigado. O que apuramos é a hipótese de improbidade administrativa", explicou o promotor Renato de Lima Castro.
Investigação na Câmara
Os membros da Comissão Especial de Inquérito aberta na Câmara de Londrina para apurar as supostas irregularidades no treinamento da Guarda Municipal não foram unânimes quanto os resultados da investigação. A relatora da CEI, vereadora Lenir de Assis (PT), teve seu relatório final questionado por outros dois membros da CEI. Jairo Tamura (PSB) e Tito Valle (PMDB) questionaram o documento que colocava a culpa no prefeito, no secretário municipal de Gestão Pública, Marco Cito, e no ex-secretário municipal de Defesa Social, Benjamin Zanlorenci. Novo relatório foi redigido e colocado a aprovação do plenário mas foi recusado pela oposição. Nele, somente Cito e Zanlorendi eram responsabilizados.
A Câmara só deve decidir se abre uma Comissão Processante para apurar o caso após o recesso parlamentar.