A suposta prova do pagamento de mensalinho ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP), foi apresentada na manhã desta quarta-feira (14) aos jornalistas. O empresário Sebastião Buani confirmou hoje que a pessoa que sacou os R$ 7,5 mil de sua conta no Banco Bradesco, foi Gabriela Kenia Martins, a secretária particular do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), e não seu motorista como foi primeiramente informado. O cheque foi descontado em 30 de julho de 2002.
Segundo Buani, esse cheque entregue à secretária era para complementar o "mensalinho" - de R$ 10 mil - que Severino, na época 1º secretário da Casa, cobrava de Buani para manter a concessão do empresário no restaurante Fiorella, localizado no anexo 3 da Casa.
De acordo com o empresário, as cobranças eram feitas por telefone e, em algumas vezes, dentro do restaurante. "A musa do mensalinho não é a minha mulher nem a minha filha, mas a dona Gabriela. Agora ela é a musa do mensalinho".
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Cassação de Severino
Presidentes de cinco partidos de oposição formalizaram ontem ao Conselho de Ética da Câmara pedido de abertura de processo disciplinar contra o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), que pode levar à sua cassação.
Assinam o documento os presidentes do PFL, Jorge Bornhausen, do PPS, Roberto Freire, do PDT, Carlos Lupi, e do PV, José Luiz Penna. O presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, acusado de usar caixa dois em sua campanha de reeleição a governador por Minas Gerais, assinou por meio de um procurador e não compareceu ao ato de entrega do documento.
Os partidos de oposição citam a suposta prática de três crimes por Severino, derivados da acusação de que ele recebia R$ 10 mil mensais do proprietário de um restaurante da Câmara: improbidade administrativa, concussão (exigir de alguém vantagens indevidas) e desrespeito à lei 8666/93, que rege licitações.
Fonte: Terra e Folhapress