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Por quebra de decoro

Câmara de Londrina decide se cassa mandato de Boca Aberta; acompanhe

Reportagem Local
15 out 2017 às 07:46

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- CML/Imprensa/ Devanir Parra
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Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta, teve o mandato de vereador cassado pela Câmara Municipal de Londrina na tarde deste domingo (15) por quebra de decoro parlamentar. Dos 19 vereadores, 14 votaram a favor do relatório da Comissão Processante (CP) e 5 contra.

Votaram a favor da cassação os vereadores Mario Takahashi (PV), Vilson Bittencourt (PSB), Rony Alves (PTB), Junior Santos Rosa (PSD), Amauri Cardoso (PSDB), Péricles Deliberador (PSC), Ailton da Silva Nantes (PP), Filipe Barros (PRB), Eduardo Tominaga (DEM), Estevão da Zona Sul (PTN), Felipe Prochet (PSD), Jamil Janene (PP), Pastor Gerson Araújo (PSDB).

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Votaram pelo arquivamento da denúncia Roberto Fú (PDT), Daniele Ziober (PPS), Gui Belinati (PP), Jairo Tamura (PR), João Martins (PSL) e o próprio Boca Aberta.

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DEFESA - Depois de seis horas, terminou a leitura de todas as peças do processo que envolve a investigação contra Boca Aberta. Agora, a defesa do vereador terá uma hora para falar em plenário. Os esclarecimentos serão dados, além de Eduardo Duarte Ferreira, por mais dois advogados - Caio Jardini e Elias Chagas Neto. Os outros sessenta minutos serão usados pelo próprio parlamentar.

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Ferreira iniciou a fala lembrando que já esteve na tribuna da Câmara para defender os ex-prefeitos Antonio Belinati e Barbosa Neto, que considerou vítimas de injustiça. Em seguida, alertou aos vereadores presentes que, se aprovarem a cassação do Boca Aberta, estarão assinando o próprio 'atestado de óbito', visto que os mesmos argumentos da acusação poderão ser usados contra todos eles.


Na tentativa de intimidar os presentes, Ferreira citou que o vereador Vilson Bittencourt recebeu doações de duas pessoas para a própria campanha enquanto exercia o mandato anterior e demonstrou que o patrimônio do relator, Roni Alves, cresceu 196% entre 2008 e 2016, insinuando que possa ter havido ilicitudes nisso. "Estamos criando uma situação jurídica dotada de leviandade", disse ele.

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Ferreira encerrou a defesa dizendo que o povo vai exigir o mesmo peso e a mesma medida em relação a doações recebidas por outros vereadores. Enfatizou ainda que a aprovação do relatório da comissão processante será um cheque em branco à continuação da injustiça. "Com a mesma medida que vão julgar, serão julgados. Não sou profeta, mas conheço a história. O mandato do vereador pode ser cassado, mas sua boca não", disse.


Boca Aberta começou a própria defesa mostrando o vídeo citado do relatório da CP onde ele supostamente estaria fazendo campanha irregular em prédio público, na UPA do jardim Shangri-lá. No vídeo, ele relata mau atendimento da população pela UPA. Ao final da exibição ele questionou: 'Em que momento eu fiz campanha, pedi voto ou distribui santinhos?' Neste momento, as pessoas presentes às galerias da Câmara aplaudiram.

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Boca Aberta exibiu também alguns vídeos onde fazia a 'prestação de contas' sobre a vaquinha virtual que realizou para tentar arrecadar R$ 8 mil que seriam usados no pagamento de uma multa da Justiça Eleitoral. Como não conseguiu todo o montante, teria doado os R$ 1,4 mil obtidos para a ADA e Projeto Vista Bela. Dois vídeos mostraram o momento da doação para as entidades. "Não enganei ninguém e não ludibriei ninguém. Tudo que eu faço eu provo", enfatizou.



Após a exibição, Boca Aberta dirigiu-se ao público chorando e lamentou por todas as injustiças que estaria sofrendo. Também acusou Roni Alves de humilha-lo em função de uma 'briga pessoal' e ainda afirmou que a CML 'não é lugar de lavar roupa suja'. "Vamos brigar lá fora, Roni Alves, aqui é lugar de defender o povo", bradou.

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ENTENDA O CASO - O vereador é acusado de quebra de decoro parlamentar por fazer uma "vaquinha" virtual para pagar uma multa eleitoral de R$ 8 mil. A conclusão que consta no relatório da CP é que o vereador usou de inverdades para pedir dinheiro a eleitores: condenado pela Justiça Eleitoral por pedir votos em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) durante as eleições de 2016, Boca Aberta pediu o dinheiro argumentando que era punido por "defender a população".


Entre os desafetos estão o relator da Comissão Processante (CP), Rony Alves (PTB), Vilson Bittencourt (PSB), Júnior Santos Rosa (PSD), Jamil Janene (PP) e Roberto Fu (PDT). Para haver a cassação, o relatório deve ser acatado por pelo menos 13 dos 19 vereadores.

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Boca Aberta foi condenado e multado pela Justiça Eleitoral por fazer campanha eleitoral em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Londrina. Porém, na internet, justificou que teria sido multado por "defender o povo". A enfermeira Regina Amâncio denunciou o vereador por estelionato à Justiça e é autora da representação que deu início à CP.


A sessão é transmitida online no site da Câmara.

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Início de tumulto


Na manhã deste domingo, a enfermeira Regina Amâncio, autora da representação que culminou na Comissão Processante (CP) contra Boca Aberta, disse ter sido ameaçada de agressão na manhã deste domingo (15), por duas pessoas favoráveis ao parlamentar, durante a sessão legislativa que pode culminar na cassação do mandato dele. A ameaça ocorreu quando ela subiu às galerias para acompanhar os trâmites no Legislativo, próximo a apoiadores do parlamentar – não houve divisão do público.


Confira o vídeo, registrado pela rádio CBN Londrina:



A enfermeira foi levada para outras dependências pela Guarda Civil Municipal e, por volta das 12h20, deixou a Câmara, escoltada pelos agentes municipais até o táxi que a levou embora. Ela foi perseguida no trajeto por Boca Aberta, que a atacou verbalmente.


(Atualizado às 17h08)

Com informações de Loriane Comeli, Carolina Avansini e Luís Fernando Wiltemburg, do Grupo Folha


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