O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), mostrou-se preocupado com a revelação, feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, de documento sigiloso que confirma que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) mobilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar portuários e sindicatos contrários à Medida Provisória dos Portos, nesta terça-feira, em Porto Alegre.
"Não queremos ver a Abin desvirtuando suas funções, invadindo um campo que não é próprio de um trabalho de inteligência no estado democrático de direito", disse durante entrevista coletiva na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), onde fez palestra para empresários.
Apesar da preocupação, Campos evitou a crítica frontal, alegando que o senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF) pediria esclarecimentos do caso à tarde, em Brasília, para saber ao certo até onde foi o trabalho da Abin. "A primeira nota falava que não tinha nada nessa direção e agora há documentos dizendo que há", observou.
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"Esse trabalho vai até onde manda a lei que disciplina a Abin?", questionou. "Se for, tudo bem, mas se esse trabalho está indo além das competências da Abin e invadindo o direito de livre organização sindical, de luta dos trabalhadores, aí isso é preocupante", comentou. "Não quero crer que vá até aí, seria uma grande decepção para todos nós se tivesse comprovado esse tipo de transgressão por parte da Abin num governo que nós apoiamos", concluiu.