No último dia do programa eleitoral gratuito no rádio e na televisão, os candidatos ao governo do Estado do Paraná reprisaram trechos do debate da Rede Paranaense de Comunicação (RPC) realizado na véspera. De acordo com a RPC, os candidatos haviam assinado um termo de compromisso de não utilizar as imagens do debate no horário eleitoral e o departamento jurídico da emissora estava estudando a possibilidade de tomar providências contra o descumprimento do acordo.
O senador e candidato ao governo Roberto Requião (PMDB) destacou o trecho em que denunciou o fechamento de uma gráfica em São José dos Pinhais, pela Polícia Federal, que estaria produzindo material apócrifo contra sua candidatura e panfletos para a campanha de Alvaro Dias. Também foram reprisados vários trechos do debate em que Requião falava sobre pedágio, rebatia acusações de nepotismo e ressaltava suas alianças com os candidatos do primeiro turno Rubens Bueno (PPS), Padre Roque (PT) e Pastor Oliveira (PL).
O senador e candidato ao governo Alvaro Dias (PDT) usou trechos em que acusava Requião de nepotismo e de ter defendido o pedágio publicamente e ter feito consulta à Procuradoria Geral do Estado sobre a possibilidade de implanta-lo quando era governador. Outra parte reprisada foi a que falava de uma sentença judicial que teria condenado Requião pelo assassinato do líder sem terra Teixeirinha e questionava o apoio do PT ao candidato, diante desse caso.
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Os assessores jurídicos dos dois candidatos não vêem problema algum na utilização das imagens. Segundo Antonio Silveria Brasil, assessor jurídico de Alvaro Dias, a legislação eleitoral não traz restrição ao uso de debates durante o horário gratuito. ''A Rede Globo tentou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir uso de imagens do Jornal Nacional em programas eleitorais e não conseguiu'', diz.
Uma das coordenadoras jurídicas da campanha de Requião, Marlene Zanin, argumenta que o debate é de interesse público e de grande importância para a democracia. ''Não acredito que o Canal 12 reivindique somente para si um debate de interesse geral. Sem contar que a emissora é uma concessão pública. Não tem o menor sentido'', diz.
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