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Cassio inicia governo quebrando promessa

Maria Duarte - Folha do Paraná
04 fev 2001 às 12:48

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O primeiro mês da segunda gestão do prefeito Cassio Taniguchi (PFL) foi marcado pelo reajuste no preço da passagem do transporte coletivo em Curitiba. O valor da tarifa subiu de R$ 1,00 para R$ 1,10 no dia 21 de janeiro e desagradou principalmente os estudantes. Uma das promessas da campanha pela reeleição era não aumentar a tarifa, que permaneceu inalterada por um ano. Durante a campanha, o próprio PT – que disputou o segundo – alertava que a promessa poderia não ser cumprida. Mas Cassio negava o reajuste.

Na avaliação do prefeito, janeiro foi um mês de "consolidação" do seu plano de governo, já que 30 dias é um tempo muito pequeno para colher resultados práticos. Ele passou três dias reunido com seu corpo de secretários para discutir as ações que balizarão seus próximos quatro anos de governo.

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No mês que passou, a prefeitura ainda teve que concentrar boa parte dos esforços no atendimento a dezenas de famílias do Xapinhal (zona sul), que tiveram suas casas atingidas por um incêndio. O prefeito afirma que foram relocadas 12 famílias, que serão assentadas em lotes da Companhia de Habitação (Cohab) e receberão móveis, cestas básicas e utensílios domésticos.

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A intenção é construir um equipamento comunitário no local onde estavam as casas. Na última semana de janeiro, técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), da Cohab, da Fundação de Ação Social (FAS) e da Administração Regional do Bairro Novo começaram treinamento para implantar um programa piloto de geração de emprego no Xapinhal.

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Cassio pretende priorizar a área social, com o objetivo de reduzir as áreas de favela da Capital. De acordo com o Instituto Municipal de Administração Pública (Impa) – que prefere não usar o termo favela – hoje existem 262 “ocupações irregulares”. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que Curitiba tem mais da metade das favelas do Estado (122 das 207), ficando com a quinta colocação entre os municípios brasileiros com maior número de favelas.


Para viabilizar seus planos, Cassio cortou 90 cargos de assessoria e extinguiu duas secretarias, abrindo espaço para a criação de 114 cargos de gestores públicos. Segundo o prefeito, seus principais desafios estão na consolidação do caráter social, transparência nas ações e eficiência do serviço público.

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Cassio comemora que deixou as contas da prefeitura em ordem. A Capital cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no que se refere à folha de pagamento do funcionalismo. O ano passado foi encerrado com 47% da receita destinada ao pagamento dos servidores. O limite estabelecido pela LRF é de 60%. Entretanto, outros pontos ainda dependem de ajustes, sendo que em 1998, durante sua primeira gestão, foi criado o comitê de ajustes para equilibrar as contas do município.


O prefeito ainda precisa administrar uma dívida de cerca de R$ 700 milhões. Entretanto, a dívida da prefeitura, segundo Cassio, é de R$ 300 milhões. O restante se refere a débitos dos mutuários da Cohab. Ele calcula que serão necessários 15 anos para acabar com os débitos.

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Os principais credores são o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele ressaltou que a dívida da Capital evoluiu com a desvalorização do real frente ao dólar, em janeiro de 1999.


Outra meta do prefeito é reabrir a maternidade Victor Ferreira do Amaral, na Avenida Iguaçu. "Aprovamos uma minuta de convênio com a Universidade Federal do Paraná para a reabetura da maternidade", anunciou. O convênio prevê o repasse, por parte do município, de R$ 680 mil para que a unidade volte a funcionar. Também está previsto o repasse mensal de recursos para pagamento de pessoal, custeio e serviços – as primeiras duas parcelas de R$ 100 mil e as restantes de R$ 50 mil cada.

O prefeito vai divulgar um balanço dos 100 dias de governo, fazendo uma nova avaliação da situação social da Capital e de seus projetos. O presidente do PT em Curitiba, Pedro Paulo Costa, acredita que falta agilidade. "Para quem se reelegeu e deseja vincular a imagem de administração social, Cassio peca pela falta de agilidade", afirmou. "Só déficit em creches, de mais de 20 mil vagas, mereceria uma ação emergencial".


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