O clima esquentou durante a reunião realizada no sábado na Câmara de Vereadores de Londrina, que tinha como objetivo conquistar o apoio dos agentes políticos ao movimento estadual dos servidores contrários ao pacote de medidas de ajuste fiscal encaminhado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Representantes de entidades e servidores públicos pressionaram uma posição do deputado federal Alex Canziani (PTB) sobre o apoio às classes e propuseram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pela Assembleia para investigar as finanças estaduais.
"Temos que achar um caminho, soluções", sugeriu Canziani, sem firmar compromisso. O fato incomodou os servidores presentes, que responderam com vaias. O ponto alto do debate foi a manifestação favorável do deputado sobre as mudanças na Previdência Social.
A reunião foi coordenada pelas vereadores Lenir de Assis (PT) e Elza Correia (PMDB) e contou com a presença de vereadores, o deputado estadual Tercílio Turini (PPS) e os deputados federais Alex Canziani (PTB), Marcelo Belinati (PP) e Enio Verri (PT) de Maringá. O deputado estadual Tiago Amaral (PSB) não compareceu, justificando outro compromisso, assim como o Cobra Repórter (PSC), que comunicou a ausência por telefone. O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) também não apareceu por conta da agenda.
Leia mais:
‘Londrina é uma cidade impressionante’, diz prefeito Marcelo Belinati
Lula evoluiu bem à cirurgia, está estável e conversa normalmente, dizem médicos
'Presidente encontra-se bem', diz boletim médico após cirurgia de Lula
Eleição de 2024 tem suspeita de fraude por transferência em massa de eleitores entre cidades
A Comissão Temporária Externa criada pela Câmara de Londrina deverá apresentar amanhã uma nova carta à Alep e ao governador Beto Richa (PSDB), com as sugestões aprovadas em plenário ontem. O documento conta com a assinatura de entidades como APP-Sindicato, Assuel, Centro de Direitos Humanos (CDH), conselhos municipais de Cultura, Pessoa com Deficiência e Assistência Social, Mitra Arquidiocesana, Sindipol, entre outras.
"Queremos que os deputados federais se comprometam a nos apoiar nesse movimento para impedir que o governo coloque a mão nos R$ 8 bilhões para sanear a crise no Estado que ele próprio quebrou. É importante que as pessoas que elegeram esses deputados possam agora cobrar deles, pois venderam a ideia de que o Paraná estava uma maravilha", comentou Arnaldo Vicente, um dos diretores da APP-Sindicato e do Fórum de Servidores.
O deputado estadual Tercílio Turini acredita que nos próximos dias a proposta da CPI irá ganhar força na Assembleia. "Imagino que a maioria dos deputados que votou ou se manifestou contra a comissão geral deva apoiar", declarou, citando que essa investigação é a melhor forma de se esclarecer "onde foram utilizados os recursos do Estado nos últimos anos, uma vez que o Paraná teve uma arrecadação sempre crescente ao longo dos anos, bem acima da inflação".
"Estamos tendo uma crise financeira que até poucos meses atrás não se falava. Não há transparência", acrescentou a vereadora Lenir de Assis. Amanhã, a Comissão Temporária Externa, composta pelos vereadores Gustavo Richa (PHS), Emanoel Gomes (PRB) e Jamil Janene (PP), viaja para Curitiba, onde acompanhará a discussão dos projetos de lei 60/2015 e 6/2015, mais conhecidos como "pacotaço", de autoria do Executivo Estadual, retirados temporariamente da pauta dos debates da Alep.